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quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Historia do Internacional - ANO A ANO

A HISTÓRIA DO SPORT CLUB INTERNACIONAL, ANO A ANO.
por Raul Pons

Tópico no Orkut, para futuras atualizações:
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=29755&tid=2509253053351390821&na=1&nst=1

1909
O clube é fundado em 04/04/1909.

Em 18/07/1909 entra em campo pela primeira vez, perdendo para seu maior rival. No mesmo ano, o clube ainda joga mais três amistosos contra o Militar, clube dos alunos da Escola de Guerra (que funcionava no prédio do atual Colégio Militar). O Internacional vence um, empata um e perde outro. Vinholes marcou o 1º gol colorado, em 10/10/1909, na vitória de 2x1 sobre o Militar. Era a 3ª partida do Internacional.

Competições disputadas:
nenhuma
Títulos:
nenhum

1910
Em 12/04/1910 foi fundada a Liga de Foot-Ball Porto Alegrense.

No mesmo ano, esta entidade organizaria o campeonato da cidade, com Militar, Grêmio, Internacional, Fussball, Nacional, 7 de Setembro e Frisch Auf.

Os clubes se enfrentaram em um único turno, e a classificação final ficou assim:

1º Militar 12 pontos
2º Grêmio 10
3º Internacional 8
4º Fussball 6
5º Nacional 4
6º Frisch Auf e 7 de Setembro 1

Competição disputada:
Campeonato municipal - 3º colocado

1911
No final de 1910 a Escola de Guerra foi transferida para o RJ, extinguindo o Militar. O Frisch Auf tb afastou-se da Liga.

Assim, Internacional, Grêmio, Nacional, 7 de Setembro e Nacional disputam o segundo campeonato de Porto Alegre. O Grêmio foi o que mais reforçou-se para o campeonato, com os zagueiros alemães Schuback (ex-Germânia - Alemanha) e Mohrdieck (ex-Victoria - Alemanha), e o atacante Edwin Cox (ex-Fluminense). O 7 de Setembro contava com o lateral-direito Waldemar Castro (ex-Militar).

O Grêmio acabou vencendo o campeonato com certa facilidade:

21.5.11 Fussball 8-1 Nacional - Voluntário da Pátria
28.5.11 Grêmio 10-1 7 de Setembro - Moinhos de Ventos
04.6.11 Internacional 6-0 Nacional - Redenção
11.6.11 Fussball 7-0 7 de Setembro - Voluntários da Pátria
19.6.11 Internacional 1-10 Grêmio - Redenção
25.6.11 7 de Setembro 4-0 Nacional - Redenção
02.7.11 Grêmio 7-0 Fussball - Moinhos de Ventos
09.7.11 Internacional 4-1 7 de Setembro - Redenção
21.7.11 Grêmio 4-1 Nacional - Moinhos de Ventos
30.7.11 Fussball 3-3 Internacional - Moinhos de Ventos

Duas curiosidades marcaram o último jogo:
1º O Fussball perdeu seu campo na rua Voluntários pq a prefeitura abriu uma rua nova que cortou o campo ao meio, por isso jogou nos Moinhos de Ventos.
2º ocorreu uma briga de bengaladas entre torcedores e troca de socos entre um sócio do Internacional e um funcionário do Grêmio. O jogo foi interrompido e o Fuss-Ball chegou a retirar-se do campo, mas retornou para concluir a partida.

Classificação Final:
1º Grêmio 8
2º Fussball 5
3º Internacional 5
4º 7 de Setembro 2
5º Nacional 0

Encerrado o campeonato, o Internacional tentou anular a sua partida contra o Fuss-Ball, pelo torneio de 2ºs quadros, devido a irregularidades na arbitragem. A Liga rejeitou o protesto colorado, graças aos votos do Fuss-Ball, Nacional (clube que cedera o juiz) e Grêmio. O Internacional considerou que a decisão não era legítima e retirou-se da Liga. Com isso o vice-presidente Henrique Desjardins tornou-se o principal mandatário da entidade, mas logo renunciou, deixando a Liga acéfala. A crise só diminuiu com a eleição de um novo presidente: Ernesto Geyer, do Grêmio. O Internacional voltou à entidade.

Em julho de 1911 a seleção uruguaia realizou seis amistosos no Rio Grande do Sul, em Pelotas e Rio Grande. O Grêmio foi a Pelotas e disputou duas partidas. Em 16 de julho foi derrotado pelo Pelotas por 1x0 (gol de Mendonça), sendo a equipe vencedora aclamada campeã gaúcha, pela imprensa. No dia seguinte enfrentou a seleção uruguaia e levou 3x0, comemorando o resultado como uma vitória moral, por ter levado "apenas" três gols.

O Internacional, em 1911, jogaria sua primeira partida intermunicipal. Em 13.08.1911 foi a São Leopoldo enfrentar o Ginásio Conceição, perdendo por 4x1. Esta mesma equipe leopoldense derrotaria, logo a seguir, a seleção porto-alegrense, mas perderia para o Internacional por 2x1, em Porto Alegre. O Internacional percebe que nessa equipe jogavam alguns santanenses, Ávila, Felizardo e Simão. Com a ajuda de Lay, tb santanense, estes três são convidados a trasnferirem-se para o Colorado. Pouco depois, direto de Santana do Livramento, viria Bendionda, irmão de Ávila e Felizardo, e um dos primeiros craques colorados.

Competições disputadas:
campeonato municipal - 3º lugar

1912
As mesmas 5 equipes do ano anterior disputam o campeonato municipal.

Em 18/08/1912, em jogo válido pelo campeonato, ocorreu um incidente entre atletas do Fussball e do 7 de Setembro, ao final do 1º tempo, e o segundo clube abandonou o campo antes do término da partida. O Fussball decide se retirar da Liga, mas sua saída não é aceita pelos demais clubes. A Liga decide manter o resultado da partida e multar o 7 de Setembro em 100$000 por ter abandonado o campo. O clube, em assembléia geral realizada a 23/08/1912, resolve desfiliar-se da Liga, retirando-se do campeonato.

O Correio do Povo considerava que um dos motivos causadores do incidente eram os "torcedores extremados que se abeiram do recinto do ground, e dahi intervêm, com ditos impróprios, dirigidos aos footballers pertencentes ao club seu desaffeiçoado".

No intervalo do 1º para o 2º turno, o Internacional excursionou a Pelotas, enfrentando União (6x0) e Pelotas (1x2). A vitória na 1ª partioda deu ao clube seu primeiro troféu, uma taça comemorativa do centenário de Pelotas.

Em 11.08.1912: Internacional 16x0 Nacional - é a maior goleada que o Colorado já aplicou em um adversário. Marcaram para o Internacional Vares (4), Galvão (4), Pedro Chaves (3), Túlio (3), Kluwe e Scabillon. Este último era um zagueiro uruguaio que estreava na equipe. No ano seguinte, Scabillon foi jogar em Bagé, e acabou assassinado por outro jogador, em uma briga de rua.

No Gre-Nal do 2º turno o Internacional mostra mais resistência, mesmo perdendo por 2x1. No final do campeonato, o Grêmio foi campeão. No campeonato de 2ºs quadros o Internacional foi campeão, ganhando a Taça 12 de Abril.

Competições disputadas:
Campeonato municipal - vice-campeão

1913
Além do 7 de Setembro, que desfiliou-se em 1912, o Nacional tb saiu da Liga. Alguns boatos falavam em fusão dos clubes, mas ambos acabaram fechando as portas.

Para suprir as vagas abertas, a Liga trouxe de volta o Frisch Auf e aceitou a filiação do Colombo. O campeonato começou parelho, com leve vantagem para o Grêmio, que venceu o primeiro Gre-Nal por 2x1. Em 06.07.1913, Internacional e Fussball empatam em 1x1, em um jogo cheio de incidentes. Pouco depois, sob a alegação de que o árbitro designado pelo Grêmio para esta partida teria sido desrespeitado por atletas do Internacional, o Fussball e o Grêmio abandonaram o campeonato.

O Internacional seguiu em frente, com o Colombo e Frisch Auf, e sagrou-se campeão, vencendo todas as partidas.

Classificação Final
1º Internacional - 8
2º Colombo - 4
3º Frisch Auf - 0

Neste ano, o Internacional ainda enfrentaria os pelotenses Brasil (7x1) e Rio Branco - campeão pelotense (3x2), e o Guarany de Bagé (2x0 e 1x3).

Curiosidade: em 14/09/1913, o São Paulo venceu o Paulista por 16x0. Mas isso não era campeonato paulista, não, e sim duas equipes porto-alegrenses não filiadas.

Competições disputadas:
Campeonato municipal - CAMPEÃO

1914
Para 1914, a Liga convidou as equipes do Americano e Cruzeiro para filiarem-se. Com Internacional, Colombo, Frisch Auf, Cruzeiro e Americano, começava o 5º campeonato de Porto Alegre.

Porém, em 03/07/1914, o Americano e o Frisch Auf (já previamente acordados com Grêmio e Fussball) apresentam uma série de exigências à Liga: a) que esta declarasse o Americano vencedor do confronto de 2ºs quadros com o Colombo ; b)que o Colombo se desculpasse por escrito com o árbitro dessa partida, que era atleta do Frisch Auf e teria sido ofendido durante o jogo; c) que a Liga multasse o Colombo em 100$000; d) por fim, queriam poder disputar seus jogos do campeonato nos “grounds” que desejassem, mesmo que estes houvessem sido interditados pela Liga. Caso suas reivindicações não fossem atendidas, ameaçavam abandonar a entidade. Diante deste quadro, a Liga desfiliou os dois clubes. Pouco depois, estes clubes, junto aos dissidentes de 1913, organizavam a Associação de Foot-Ball Porto Alegrense.

Algumas publicações gremistas ou mesmo da imprensa em geral, apontam duas ligas em Porto Alegre de 1913 a 1915, com o Grêmio vencendo uma e o Internacional outra. Mas isso é falso. A liga gremista só foi criada em 1914. Além dos 4 dissidentes, a liga gremista filiou tb o São José e o Sportivo.

Novamente tendo apenas mais dois adversários no campeonato, o Colorado seguiu em frente. Os dois fujões não levavam boas lembranças do Internacional, pois no 1º turno foram goleados: o Americano levou 15x2 e o Frisch Auf 9x0.

Em 14.07.1914 o Internacional fez 5x1 no Rio Grande, equipe mais tradicional do estado, que jamais havia levado tantos gols de uma equipe gaúcha. Em 10.08, uma curiosidade: em amistoso contra o Rio Branco, de Pelotas, o juiz anula 2 gols colorados, por pressão dos atletas pelotenses, e a partida termina 1x1. Mas no final o presidente do Rio Branco vai até o juiz e diz que os gols foram legais, fazendo-o mudar o marcador para 3x1.

Competições disputadas:
Campeonato municipal - BI-CAMPEÃO

1915
A Liga aceita a filiação do São Paulo, que disputa o campeonato ao lado de Internacional, Cruzeiro e Colombo.


Sem adversários fortes, o Internacional ganha mais um título.

A liga gremista em 1915 era quase um campeonato alemão. Além dos germânicos Grêmio, Fussball e Frisch Auf, o Sportivo contava entre seus atletas com Pfeifer, Schwamback e Brenner, e o São José apresentava quase um time inteiro: Jung, Graf, Haushahn, Fielitz, Endler, Fett, Schilling e Stratmann. Apenas o Americano destoava um pouco.

No Correio do Povo de 20/05/1915 encontra-se uma carta pedindo a união das duas ligas. O principal argumento era econômico: enquanto que entre 1912 e 1913 os jogos tinham rendas de 50$000 a 1:000$000, os melhores jogos de 1914 não ultrapassaram os 200$000. O motivo para essa redução no público era a falta de competitividade, pois todos sabiam de antemão que Internacional e Grêmio venceriam suas respectivas ligas.

O Internacional vai excursionar por Uruguaiana e Santa Maria, enquanto sua direção discute a unificação das ligas.

Em 31.10.1915 um Gre-Nal amistoso comemora a fusão das ligas. O Internacional faz 4x1 e conquista sua primeira vitória. Pelas ruas de Porto Alegre, o dirigente colorado Antenor Lemos sai gritando: "O lacre está quebrado, o lacre está quebrado!"

Para aqueles que diziam que o Internacional só fora campeão pq jogava em uma liga sem o Grêmio, a vitória veio mostrar que era o melhor da cidade. Os heróis da vitória foram: Müller, Bendionda (2) e Túlio.

Competições disputadas:
Campeonato Municipal - TRICAMPEÃO

1916
Com a unificação das ligas surge a Federação Sportiva Riograndense. Internacional, Grêmio, Cruzeiro, Fussball, Americano, São José e Colombo são os participantes do campeonato, com o São Paulo e o Sportivo ficando desfiliados.

O campeonato é disputado em dois turnos, e o Internacional faz uma ótima campanha. Vence os dois Gre-Nais, sendo que no primeiro deles (30/07/1916), Vares faz os 6 gols colorados, tornando-se o maior goleador em um único Gre-Nal.

O Internacional tb disputou um amistoso contra a Seleção Uruguaia.

Competições disputadas:
Campeonato municipal - TETRA-CAMPEÃO

1917
O campeonato de Porto Alegre fica organizado da seguinte forma:
1ª Divisão: Grêmio, Fussball, Internacional, Cruzeiro e São José
2ª Divisão: Frisch Auf, Americano, Brasil, Municipal, Ypiranga e Tiradentes

Em fevereiro de 1917, antes do início da temporada, a FSRG cria a Lei do Estágio, para combater o profissionalismo. Segundo esta lei, um atleta que se transferisse de clube precisaria de um período de "estágio" (que variou de 6 meses a 1 ano) no novo clube, onde apenas poderia disputar amistosos. O Grêmio acabara de contratar 3 jogadores uruguaios, se sente prejudicado pela lei e abandona a federação.

No campeonato, o Internacional, melhor equipe da cidade, não encontra dificuldades para chegar ao título. Seu adversário mais forte foi o Cruzeiro, vice-campeão citadino. O Cruzeiro foi campeão dos 2ºs quadros e dos filhotes (juniores).

Neste ano, como em 2005, o Internacional teve uma partida anulada.
Em 15.07, o Colorado venceu o Americano por 1x0, mas a partida foi anulada. Novamente disputada em 05.08, azar do Americano: Internacional 11x0.

O Internacional ainda jogou amistosamente contra o Oriental do Uruguai (2x2) e contra o Guarany de Bagé (5x1). Outra goleada do ano foi 12x1 no São José.

Competições disputadas:
Campeonato municipal - PENTA-CAMPEÃO

1918
No final do ano de 1917, os principais clubes da FSRG fundaram uma nova entidade, a Associação Porto Alegrense de Deportos (APAD), da qual o Grêmio passou a fazer parte. Em 18/05/1918 foi fundada a Federação Rio Grandense de Desportos (atual FGF). Foram seus sócios fundadores as seguintes ligas e clubes: Associação Porto Alegrense de Desportos, Liga Pelotense de Desportos Atléticos, Guarany FBC (Bagé), SC Rio Branco (Bagé), AC Juvenil (Caxias do Sul), SC 14 de Julho (Santana do Livramento), SC Ferrocarril (Uruguaiana), FC Montenegro (Montenegro) e SC Nacional (São Leopoldo). O gremista Aurélio de Lima Py foi o primeiro presidente da entidade, e isso seria catastrófico para o Internacional, nos anos seguintes.

Neste ano, surgia a possibilidade de se disputar o título gaúcho, caso o Internacional conquistasse mais uma vez o título da cidade.

E o ano começa bem. Apesar de perder a primeira partida do campeonato para o Cruzeiro (0x2), na 2ª rodada o time vence o Gre-Nal por 5x3. Tudo indicava mais um ano colorado.

Porém, uma epidemia se alastrava pelo mundo e chegou a Porto Alegre: a Gripe Espanhola. Milhões de pessoas morriam no mundo, e tb começam a morrer em Porto Alegre. As escolas cancelam o ano letivo, e o Internacional, cujos melhores jogadores eram estudantes do interior, que vinham à capital para estudar, fica seriamente desfalcado, pois estes estudantes voltam para suas cidades de origem.

Para piorar, ainda tinha o Gre-Nal do 2º turno. O Grêmio estava praticamente fora da briga pelo título, mas a equipe colorada, formada em sua maioria por reservas, mas contando com seu principal craque, o atacante Ribas, perseguia o líder Cruzeiro. O Grêmio não ganhava um Gre-Nal desde 1913, e Aurélio Py foi ao estádio, pressionar a favor de seu time. O jogo começa violento, com o zagueiro uruguaio Garibotti batendo à vontade. Este mesmo jogador acabou abrindo o marcador. A tensão aumentava, e em uma bola que saiu para lateral, no final do 1º tempo, começou uma discussão sobre que time deveria cobrar o lateral.

Em uma época que não existia fosso, nem policiamento ostensivo no campo, os torcedores gremistas (o jogo era na Baixada) começaram uma briga com os atletas colorados. No meio da confusão, o gremista Manoel Costa puxa uma faca da cintura e começa a ameaçar as pessoas em volta. Ribas, com medo de Manoel ferisse algum inocente, tentou acalmar e desarmar o gremista transtornado, mas foi esfaqueado na região ilíaca. O estádio virou um caos. Manoel continuava com a faca, e feriu mais um, dessa vez um torcedor gremista. O chefe de polícia, Ariosto Pinto, tb gremista, se recusava a usar a força policial para prender o criminoso, que só entregou sua faca a Aurélio Py. Manoel foi colocado em um carro de polícia, mas uma multidão de torcedores colorados que haviam corrido ao local não deixavam o carro sair, pois queriam linchar Manoel. Após muitas negociações, o carro saiu, mas mesmo assim, pedras voaram, ferindo Ariosto na cabeça e Manoel na perna. Ribas foi operado e nunca mais jogou futebol.

A APAD, pressionada pela FRGD de Aurélio Py, decidiu manter a vitóra gremista em um Gre-Nal de um tempo só.

O Cruzeiro foi o campeão de Porto Alegre, mas não pode disputar o título gaúcho. A gripe espanhola fez a FRGD cancelar o campeonato. O destaque do campeão de Porto Alegre era o atacante Candiota, que no ano seguinte estaria defendendo o Flamengo do Rio.

Em 1918, outras ligas existiam em Porto Alegre:
Federação Porto-Alegrense de Foot-Ball - Americano, Concórdia, Municipal, Ruy Barbosa e Tiradentes
Associação Sportiva Riograndense: América, Brasil, Globo, Marechal de Ferro e Tuyuti
Liga Sportiva de Foot-Ball: Juvenil e São Cristóvão, entre outros.

Na FPAF, o Ruy Barbosa foi campeão.

Competições disputadas:
campeonato municipal - vice-campeão

1919
O baque do ano anterior enfraqueceu o Internacional para 1919.

Mesmo assim, o clube entrou com força total no campeonato, contra Grêmio, São José, Cruzeiro, Porto Alegre (o Fussball, durante a I Guerra Mundial, mudara seu nome de FUSSBALL Club Porto Alegre para Foot-Ball Club PORTO ALEGRE) e Tabajara.

E os resultados no 1º turno não foram ruins. Apesar de uma derrota na estréia para o Porto Alegre (1x2 - desconheço os motivos, mas o zagueiro colorado Dorval foi suspenso por 90 dias, por causa desta partida), o Colorado logo a seguir fez 7x0 no São José e 11x0 no Tabajara (um dos gols foi contra de Perdigão, atleta do Tabajara). O próximo jogo era o Gre-Nal, mas o centroavante colorado estava lesionado. Uma multidão de torcedores foi atrás de Carlos Kluwe, atacante que havia abandonado o futebol em 1915. Kluwe fora o herói das 1ªs conquistas, mas nunca havia vencido um Gre-Nal, pois em 1914 e 1915 o Grêmio estava em outra liga. Kluwe reluta, mas após receber uma carta pedindo que jogasse, assinada por dezenas de "senhoritas coloradas", o atacante resolve voltar ao futebol. O Internacional vence o Gre-Nal por 2x0 e Kluwe faz um dos gols.

Mas no resto do campeonato o Internacional acaba perdendo dois Gre-Nais, e tem de se contentar com o vice. O Grêmio representa Porto Alegre no 1º campeonato gaúcho. Teria de jogar contra o Nacional de São Leopoldo, mas uma greve nos transportes da capital impede que ocorram jogos. A APAD remarca as partidas da Taça 7 de Setembro, mas a FRGD do gremista Py decide que o Nacional perdeu por WO. Restava somente mais um clube inscrito no campeonato, o Brasil, campeão de Pelotas. Py decide fazer um campeonato de um jogo só, e marca a decisão do título para a Baixada. Tudo pronto para a festa gremista, mas o Brasil vemce por 5x1 e torna-se o primeiro campeão gaúcho.

Outras ligas:
Na ASR, o Guarany foi o campeão.
Na FPAF, o Ruy Barbosa venceu.

Competições disputadas:
Campeonato municipal - vice-campeão
Taça 7 de Setembro - ?

1920
No campeonato da cidade, as mesmas equipes do ano anterior.

O Grêmio lidera o campeonato com certa folga, vencendo os dois Gre-Nais. Mas novamente resolve descumprir a lei de estágio. O Grêmio contrata alguns jogadores do Frisch Auf, que fechou as portas, e argumenta que como o clube fechou, não é necessário o estágio. A APAD decide que a lei faz referência a transferências entre clubes, e que os jogadores começaram o ano inscritos como atletas do Frisch Auf, portanto tem de fazer o estágio. O Grêmio rompe com a APAD e seus pontos são desconsiderados. O Internacional conquista o campeonato, com o São José como vice.

Contudo, o gremista Aurélio Py (ele de novo), decide apoiar o Grêmio, e começa o festival de absurdos:
1º A FRGD desfilia a APAD
2º O Grêmio, mais os clubes da FPAF, fundam a Associação Porto Alegrense de Foot-Ball
3º A FRGD reconhece a APAF como filiada em Porto Alegre
Quem vai representar Porto Alegre no campeonato gaúcho?
O campeão da APAD é o Internacional.
O campeão da FPAF é o Ruy Barbosa.
A APAF não teve tempo de fazer um campeonato.
Aurélio Py chega a uma brilhante solução: declara o Grêmio campeão pela APAD, embora a própria entidade diga que o campeão é o Internacional, e ainda esteja desfiliada da FRGD.

Portanto, o Grêmio conta em suas listas um título que não conquistou: o campeonato municipal de 1920.

Mesmo assim, o Grêmio perdeu o título para o Guarany de Bagé.

O Internacional, depois do título da cidade, excursionou a Pelotas, enfrentando o União, Brasil e Ideal, e encerrou o ano vencendo por 5x2 o Peterfield, equipe formada pelos marinheiros ingleses do navio de mesmo nome. Na época, os ingleses eram considerados imbatíveis no futebol, e amistosos contra tripulações de navios eram comuns no centro do país, sendo anunciados como jogos contra grandes potências. Este foi o único caso colorado.

Competições disputadas:
Campeonato municipal - campeão

1921
Os dois grandes ficam novamente em ligas separadas. Na APAD ficam as principais equipes: Internacional, Cruzeiro, Porto Alegre, Americano e Tabajara. Na APAF, ficam Grêmio, São José, Concórdia, Ruy Barbosa, Municipal e Marechal de Ferro. A APAD cria uma 2ª divisão, onde ingressa o Ypiranga, clube que existe até hj, mas não se dedica mais ao futebol. Sua sede fica na Princesa Isabel, próximo ao Instituto de Cardiologia. A APAF cria 4 divisões de 6 clubes, onde atuaram equipes como o River Plate, Marte e Endymion, entre outras.

Na liga colorada, o Cruzeiro conquista seu segundo título. Neste ano, o campeonato teve uma novidade, o Torneio Início: disputado em jogos eliminatórios, as partidas tinham duração de 20 minutos e ocorriam todas no mesmo dia. Em caso de empate em gols, os escanteios serviam de desempate. O Internacional conquistou o primeiro torneio.

O Grêmio venceu sua liga e foi para o estadual. Aurélio Py estava nervoso. Era o último campeonato gaúcho com ele na presidência da FRGD, e apesar dele conseguir garantir a presença do Grêmio em todos os estaduais, ainda não havia conseguido o título. E a coisa complica em 1921. Na fase eliminatória, o Grêmio enfrentou Juventude, Nacional de São Leopoldo e Montenegro, e perdeu a vaga para a equipe de Caxias. Aurélio Py arranjou um problema com a inscrição de um jogador do Juventude, e anulou os jogos. Novamente disputadas, com a pressão da FRGD, o Grêmio classificou-se para as finais. Finalmente o rival conseguia, graças aos esforços do incansável Py, o título gaúcho.

A APAD e outras ligas dissidentes do interior fundaram a ARA (Associação Riograndense de Amadores), mas não organizaram nenhum campeonato estadual.

Competições disputadas:
Torneio Início - campeão
Torneio 14 de Julho - campeão
Campeonato municipal - 3º

O Torneio 14 de Julho foi disputado no formato de torneio início, em homenagem ao aniversário do Cruzeiro.

1922
Continua a divisão em Porto Alegre.
Na liga colorada, os adversários foram o São José, Ypiranga, Tabajara, Porto Alegre, Americano e Cruzeiro.

O ano de 1922 marcava o centenário da independência e tb foi declarado Ano Santo pela Igreja Católica (seja lá o que diabos quiser significar isso). Em alguns casos falava-se em campenato do centenário, em outros em campeonato do Ano Santo. A APAD optou por organizar o campeonato do Ano Santo.

O Internacional começou o ano vencendo o Torneio Início, em abril.
Em junho a Sociedade Carnavalesca Filhos das Ondas organizou um concurso para saber qual o clube esportivo de maior simpatia na cidade. O público votava em cupons localizados na sede da entidade e em uma loja do centro de Porto Alegre, até o dia 05/07. Em 24/06 os clubes mais votados eram o Barroso, Internacional, Ciclista Riograndense e Concórdia.

Em 08/09 o Internacional venceu o Torneio do Centenário, levando o troféu "Bronze da Independência", oferecido pelo governo do estado. Além do Internacional, participaram do torneio Cruzeiro, Porto Alegre, São José, Americano, Tabajara, Ypiranga, Riograndense (Rio Grande) e Brasil (Pelotas). A disputa foi em forma de torneio início. Equipe campeã: Bard; Meneghetti e Só; Ribeiro, Lampinha e Moreno; Rosário, Ary, Genny, Eduardo e Gallego.

Pouco depois, o Internacional conquistava tb o campeonato municipal.

Na liga gremista, o rival venceu e foi disputar o estadual. Na final, enfrentou o Bagé, Guarany de Alegrete e Guarany de C. Alta, todos os jogos em POA. Perdeu a 1ª para o Guarany AL, mas o clube da fronteira marcou passo e perdeu para o Guarany CA. Assim foi necessário um jogo-extra: 2x2. Novo jogo-extra: 2x1. Na década de 1980, um filho de um jogador do Guarany, me contou que seu pai falava de um churrasco oferecido pelo Grêmio, antes do 2º jogo-extra, e de como os jogadores de Alegrete se sentiram estranhos durante a partida.

Competições disputadas:
Torneio Início - bicampeão
Torneio Centenário - campeão
Campeonato municipal - campeão

1923
O futebol começa o ano dividido. Na APAD, colorada, o Porto Alegre ganha o Torneio Início.

Quando se encerrava o 1º turno dos dois campeonatos, as duas ligas chegaram a um acordo, unificando-se. Na verdade, a APAF gremista deixava de existir e seus clubes ingressavam na APAD. Os dois campeonatos continuaram a serem disputados separadamente, agora como duas séries de uma mesma competição: Série Ruy Barbosa e Série Rio Branco. Os campeões das duas séries decidiriam o título municipal. O Porto Alegre venceu uma das séries, e o Grêmio a outra. Em 1923 o Rio Grande do Sul estava envolvido na Revolução Federalista, e muitos jogos foram adiados. Algumas cidades do interior sequer concluíram seus campeonatos. A FRGD cancelou o campeonato gaúcho, e em Porto Alegre, por falta de datas, jamais ocorreu a final. Equivocadamente, muitas publicações gremistas contam este título para o Grêmio.

Competições disputadas:
Torneio Início - ?
Campeonato Municipal - 3º

1924
Com a unificação das ligas, o campeonato da APAD é dividido da seguinte forma: 1ª Divisão, com Série A e B, e 2ª Divisão, com Série A e B.

O regulamento era confuso: a Série B da 1ª divisão era uma 2ª divisão, na prática, pq seu campeão disputaria o acesso à Série A em 1925 com o último colocado desta. Mas tb disputaria com o campeão da Série A o título da cidade. Já na 2ª divisão era mais simples: as duas séries eram apenas chaves do campeonato, e seus campeões disputariam o título da 2ª divisão.

Na Série A da 1ª divisão ficaram o Internacional, Grêmio, Americano, Porto Alegre, São José e Cruzeiro.

Logo no início do campeonato já acontecia o primeiro clássico, vencido por 4x3 pelo Grêmio e filmado por Carlos Conelli. Nas partidas seguintes, porém, o tricolor foi batido pelo Americano e empatou com o Cruzeiro, enquanto o colorado derrotava o Porto Alegre e o S. José. O Grêmio enfrentava também outro problema: a reclamação dos torcedores quanto ao preço dos ingressos em seu campo, mais caro que nos demais locais de jogos.

Os árbitros foram outros que também tiveram problemas durante o campeonato. O sr. Jesus abandonou duas partidas que apitava devido a brigas entre atletas: a primeira foi em 18/05, quando Telêmaco (Cruzeiro) e Filhote (Grêmio) agrediram-se; a segunda foi em 24/08, quando Lampinha reclamou de um pênalti não marcado, favorável ao Internacional. Moreno, o capitão colorado, aceitou a decisão do árbitro e os dois atletas "engalfinharam-se" dentro de campo. Lampinha foi suspenso por três jogos. As confusões não pararam aí: em 15/06 já havia ocorrido uma invasão de torcedores no campo quando faltava 1 minuto para o fim do jogo Porto Alegre 4x0 Cruzeiro; em 19/10 o Porto Alegre abandonou o campo faltando 15 minutos para o fim do jogo contra o Internacional, sob a alegação que o 4º gol colorado fora marcado com a mão (o placar estava 3x3).

Mas a maior confusão ocorreu na partida entre Internacional e São José, em 02/11. Quando o jogo estava 2x2, o juiz marcou um pênalti para o Internacional, que não foi aceito pelos atletas do S. José. Durante a confusão torcedores invadiram o campo e houve troca de socos, bofetadas e bengaladas. Após 20 minutos de interrupção e com a decisão do São José de não deixar cobrar o pênalti, o juiz deu por encerrada a partida com o marcador de 3x2 para o Internacional, considerando convertido o pênalti que seria cobrado com o gol vazio, se o São José não tivesse desaparecido com a bola. No dia 05/11 a APAD confirmou os pontos para o Internacional e multou o São José em 100$000. Contudo, em 21/11 a APAD aprovou, por 9x7 votos, recurso do S. José, anulando o pênalti e marcando a disputa do tempo restante para o dia 23 /11. Como o campeonato já estava decidido, o Internacional entregou os pontos.

Alheio às confusões, o Americano, no 1º turno, venceu a dupla grenal e empatou com os demais. Como Internacional, Grêmio e Cruzeiro perdiam pontos entre si, bastou ao clube grená vencer o Porto Alegre e o Cruzeiro no returno e empatar os restantes para levar a taça. A única equipe a não ser derrotada pelo campeão foi o S. José, penúltimo colocado. O Cruzeiro, em uma arrancada final, venceu Grêmio e Internacional e chegou em 2º lugar. O Grêmio, 3º colocado, chegou a entregar os pontos da partida do returno contra o P. Alegre por não ter atletas suficientes em condições de jogar.

No final do campeonato, novas polêmicas. A partida entre os campeões das séries A e B (Americano e Ruy Barbosa), para decidir o título da cidade, jamais ocorreu, enquanto que o P. Alegre recusou-se a disputar a partida de acesso com o Ruy Barbosa. O veterano clube argumentava que só ficou na lanterna porque o Internacional entregou os pontos para o S. José (embora não levasse em conta que o Grêmio fizera o mesmo em seu favor).

Apesar da APAD decidir a questão favoravelmente ao Ruy Barbosa, nascia aí o embrião da crise que dividiria o futebol da capital no ano seguinte.

Competições disputadas:
Torneio Início - ?
Campeonato Municipal - 4º

1925
O ano começa com uma grande confusão. O Grêmio propoe a reformulação dos estatutos da APAD. Nessa situação, apenas os fundadores da liga (Internacional, Grêmio, Cruzeiro, São José e Porto Alegre), poderiam votar. Em uma reunião polêmica, a APAD, acatando proposta gremista, decide não homologar o acesso do Ruy Barbosa à divisão de elite, preservando o Porto Alegre. A nova 1ª divisão seria formada pelos 5 fundadores, mais uma equipe escolhida pela entidade. Apenas o Internacional votou contra a virada de mesa.

No dia seguinte, em votação secreta, o Americano, por 4 votos contra 1 do Ruy Barbosa, foi confirmado como o 6º clube na elite. Toda a imprensa acreditava que novamente o Internacional havia votado no Ruy Barbosa, mas a direção gremista veio a público dizer que tinha votado no clube. O Internacional, que fora contra a virada de mesa, defendeu a tese de que o campeão municipal (Americano), não poderia ficar de fora do campeonato. O Grêmio tentou, com a reformulação dos estatutos, salvar seu irmão gêmeo (Porto Alegre) e jogar para fora da liga um forte rival (Americano). Conseguiu um dos intentos, mas fracassou no outro.

Logo a seguir, a APAD decide que era deficitário manter várias divisões e clubes filiados. As equipes menores, portanto, só poderiam ficar em uma sub-liga, sem acesso à divisão principal. Com isso, os clubes menores, seguindo o Ruy Barbosa, rompem com a APAD e fundam a APAF.

Os jogadores do Ruy Barbosa fazem uma reunião para protestar contra a atitude da APAD. Um deles, Coró, dizia que preferia encerrar a carreira, caso o Ruy Barbosa fechasse as portas. Na semana seguinte, para surpresa de todos, Coró ingressava no Grêmio.

O campeonato começou com reclamações. Na 1ª partida, o Grêmio venceu o Americano, com gol de Coró.

O Americano recorreu do resultado, alegando que Coró participara de partidas por clubes não filiados à APAD (Coró jogara até o início de março no Ruy Barbosa). Em 01/04/1925 a APAD decidiu repreender Coró e também Sebastião Carvalho (Porto Alegre) e Antônio Pedro da Silva (São José), por terem jogado por clubes não filiados, mas mantém o resultado do jogo.

Na partida de estréia do Colorado (1x0 no Cruzeiro), após a metade do segundo tempo o presidente e alguns diretores da APAD entraram em campo e reclamaram com o juiz Edmundo Brasil e com os atletas da violência do jogo. Mais tarde, a APAD decidiu excluir Edmundo Brasil de seu quadro de árbitros.

Poucos depois, na partida Cruzeiro 2x1 Americano, iniciou-se uma briga que culminou em tiroteio. Mas, apesar do pânico causado entre os torcedores, não houve registro de mortos ou feridos.

No 1º Gre-Nal (3x3), quando estava 2x1 para o Internacional o juiz Alberto Mandarino (do Porto Alegre) anulou dois gols colorados: um de Veiga, por dar impedimento, mesmo com a bola vindo de um rebote do goleiro; o outro por alegação de toque de mão.

O Grêmio mandava no campeonato, nos bastidores. Na partida do returno com o S. José (Grêmio 3x2), no 2º gol do S. José, Lara (goleiro gremista), reclamou que teria ocorrido toque de mão. Torcedores e dirigentes gremistas invadiram o gramado e Lara acabou impugnando o juiz.

No 1º turno o Colorado foi muito bem:
1x0 Cruzeiro
5x0 São José
3x3 Grêmio
1x0 Americano
2x0 Porto Alegre
Mas no returno o time desandou:
3x1 Cruzeiro
0x0 São José
2x2 Grêmio
1x2 Americano
0x1 Porto Alegre
Mesmo assim, o campeão da cidade não conseguiu derrotar o Colorado nenhuma vez.

Competições disputadas:
Torneio Início - 3º lugar
Campeonato Municipal - vice-campeão

1926
A temporada de 1926 começou mal para o Internacional. O ano começava com alguns jogadores ausentes e outros enfermos. Até mesmo o mascote do clube, irmão Pedro, estava afastado do clube, pois seu trabalho no Pão dos Pobres estava tomando-lhe todo o tempo disponível. O clube decidiu não disputar o campeonato de 3ºs quadros, por falta de jogadores. Em 19/03 o clube resolveu não participar do Torneio Início, que se realizaria dois dias depois, por não ter aprontado sua equipe ainda. Na primeira partida do campeonato, em 11/04, o Internacional entregou os pontos no 2º quadro pois apenas 8 jogadores compareceram ao estádio, entre eles Moreno, Bard (titulares em 1925), Tito e Oliveira (ex-jogadores). Mas a 20/04 a diretoria colorada, atendendo a pedidos de sócios, decidiu organizar a equipe de 3ºs quadros.

Com muitas dificuldades, o clube não conseguiu um bom desempenho no campeonato municipal. Fora o campeonato, destacaram-se amistosos com equipes do interior: Novo Hamburgo (0x1) e Rio Grande (2x3). Na 2ª partida do campeonato, o Internacional inaugurou o campo da Rua Larga, do Americano, vencendo os donos da casa por 3x0. Vinhaes fez o 1º gol do novo estádio.

Competições disputadas:
Campeonato municipal - 3º lugar

1927
Em 1927 a situação precisava mudar.
No time colorado, algumas mudanças: na zaga, Carlito, jogador da seleção gaúcha, foi substituído pelo jovem Gilberto, que veio do 14 de Julho de Livramento. Ao seu lado atuava Grant. Na linha média continuavam os experientes Ribeiro e Lampinha, e a revelação Paulo "Manotaço". No ataque, Nenê, Miro e o uruguaio Ross (que veio do 14 de Julho de Passo Fundo) entraram na equipe, ao lado de Veiga e Barros. Mas a grande mudança era no gol. Em 1926 vários atletas jogaram na posição: Bard, Orestes e o veterano Job foram alguns. Para 1927 o Internacional apresentava Moëller, grande revelação do Novo Hamburgo.

Outros clubes tb se reforçavam: o Americano trouxe Bacalhau (ex-Rio Grande), José Dornelles “Barulho” (ex-Cachoeira) e João Lacave (veio de Pelotas). O Cruzeiro reforçou-se com Luiz Tupy M. Silveira (ex-Guarany de Bagé), que veio estudar em Porto Alegre, e com Franklin Jorgens, vindo de Santa Maria.

Em 1927 a APAD decidiu criar uma 2ª divisão, com Marechal de Ferro, Liége, Concórdia, Ypiranga, Brasil e Teresópolis.

No Torneio Início as coisas não foram muito boas, pois o Colorado perdeu a decisão para seu rival por 1x0.

No campeonato, o Internacional empatou na 2ª rodada com o Cruzeiro, enquanto o Grêmio vencia seus dois jogos. Mas no Gre-Nal o Colorado mostrou que queria o título. Saiu vencendo a partida por 2x0, sofreu o empate, mas foi buscar o 3º gol. Mas ainda no 1º turno o Internacional perderia mais um ponto, ficando igualado ao rival.

Na abertura do returno, novo Gre-Nal, e nova vitória colorada (3x1). Mas logo em seguida o time tropeça no Americano. Mas a seguir, ganhou todas as outras partidas, enquanto o Grêmio empatava com o Cruzeiro (mais tarde ganharia os pontos) e era goleado pelo Americano (6x3). O Internacional ganhava um título municipal depois de 5 anos.

1º Turno:
6x1 Americano - Barros (2), Veiga (2), Ribeiro e Nenê
2x2 Cruzeiro - Ribeiro e Nenê
3x2 Grêmio - Ross, Miro e Ribeiro
2x0 São José - Nenê e Barros
0x0 Porto Alegre
2º Turno
3x1 Grêmio - Barros (2) e Nenê
2x3 Americano (*)
3x2 Cruzeiro - Ribeiro (3)
5x2 Porto Alegre - Ribeiro (2), Nenê, Darcy e Barros
4x1 São José - Ross (2) e Ribeiro (2)
(*) o Correio do Povo estava brigado com o Americano e quase não cobriu o jogo, sequer citando na reportagem o nome do adversário colorado.
Para quem acha que lateral apoiador é coisa recente, o artilheiro colorado foi o seu lateral-direito, Ribeiro.

Durante o campeonato, foi disputado o Torneio FRGD (com regulamento de Torneio Início), onde o Internacional foi campeão, batendo o Grêmio na final, por 2x0. Tb participou do Torneio 14 de Julho, sendo eliminado pelo São José na 1ª rodada, por 3x1.

Pela 1ª vez o Internacional disputaria o campeonato gaúcho. Seu 1º adversário seria o Itapuí, de Guaíba, mas o adversário não poderia utilizar o seu capitão Nona, que estava com sua inscrição junto à FRGD cassada, por já ter atuado no São José, no início do ano. Para utilizar seu principal jogador, o Itapuí propôs entregar os pontos ao Internacional e disputar uma partida amistosa, sendo aceito pela FRGD. Mesmo assim, deu Colorado (3x0). Na partida seguinte, o Internacional venceu o Nacional de São Leopoldo por 4x1 (Veiga (2), Ross e Nenê). Vencedor da chave metropolitana, o Internacional foi enfrentar na decisão o vencedor da chave do interior, o forte Bagé.

Para piorar, o bom zagueiro Gilberto estava lesionado, e não jogaria. Às pressas, os dirigentes foram buscar o veterano Meneghetti, que havia encerrado a carreira no ano anterior. O Bagé tinha alguns jogadores conhecidos, entre eles Pasqualito, atacante famoso pelo forte chute.

O jogo começa parelho, mas logo o Internacional começa a levar uma leve vantagem. No final do 1º tempo Barros abre o marcador (1x0). No início da 2ª etapa, pênalti para o Colorado. O artilheiro Ribeiro se prepara para bater.

Mas infelizmente, Ribeiro chuta para fora. Para piorar, pouco depois Pasqualito empata, tb de pênalti. Mas aos 21' Nenê faz 2x1, e aos 34' (na época as partidas tinham dois tempos de 40') Barros liquida o adversário, marcando 3x1.

Após o Internacional conquistar seu primeiro título estadual, em 1927, o Correio do Povo publicou vários telegramas que chegavam, saudando o novo campeão. Eram telegramas da diretoria do Pelotas, da diretoria do Brasil, do “onze” do Brasil, do Guarany de Bagé, do Uruguaiana, do GS Barrense (Barra do Ribeiro), do SC Sudameris, do Grêmio e de torcedores colorados de Porto Alegre, Bagé, Garibaldi, Bento Gonçalves, Lajeado, Encantado, Canela, Passo Fundo, Santana do Livramento, Caxias do Sul, Vacaria, Guaíba e Rio de Janeiro.

O ano terminava com dois clubes derrotados rangendo os dentes de inveja: o Grêmio e o Guarany de Bagé.

O Grêmio não havia digerido a perda do título municipal e a suspensão de Lara. Em 10.07 Grêmio e Cruzeiro empataram em 1x1, numa partida em que foi disputado apenas o 1º tempo. O juiz João Barcellos, após sofrer várias reclamações de parte do Grêmio (principalmente de Lara), recusou-se a apitar o 2º tempo. Enquanto os dirigentes da APAD procuravam um novo juiz, Barcellos aproximou-se de Lara e Nestor (capitão do Cruzeiro), que comentavam a sua atuação. Logo inicia-se uma discussão e Lara agride o juiz com dois socos. Barcellos corre para o meio do campo, sendo perseguido por Lara e outros atletas gremistas. Em consequência, o 2º tempo foi cancelado. Em 12/07 a APAD suspendeu Lara por 8 jogos. Em 31/07 deveria ser disputado o 2º tempo da partida, mas como o campeonato já estava decidido, o Cruzeiro resolveu entregar os pontos. Logo depois a APAD cancelou a punição de Lara, que restringiu-se a 2 jogos.

O Guarany ganhou o campeonato de Bagé, e até começou a disputar o campeonato gaúcho, vencendo o Gabrielense (WO) e o 15 de Novembro (6x0). Mas a FGRD decidiu cassar seu título municipal, pois o clube utilizou irregularmente o atleta Candiota, que já havia jogado pelo Flamengo do Rio, em 1927.

Cancelada suas partidas, o Bagé o substituiu.

Outra partida anulada pelo campeonato foi Guarany (Rosário do Sul) 1x2 14 de Julho (Santana do Livramento), pq o 1º gol do 14 de Julho foi marcado após o tempo regulamentar (40 minutos), fato confirmado pelo correspondente do Correio do Povo na partida. Na época, não era o juiz que decidia o fim do jogo, e sim o cronometrista, que ficava em uma mesa ao lado do campo. O Guarany recorreu do resultado junto à FRGD, que anulou a partida. Nova partida foi disputada, em Porto Alegre, mas deu 14 de Julho de novo: 2x0.

Competições disputadas:
Torneio Início - vice-campeão
Torneio FRGD - campeão
Torneio 14 de Julho - 6º lugar
Campeonato Municipal - campeão
Campeonato Gaúcho - campeão

1928
Depois de um ano de conquistas incríveis, veio um ano catastrófico.
O time perdeu Gilberto e Paulo, na defesa, e no ataque só restaram Nenê e Ross. Pior foi no gol: Moëller, grande nome dos títulos de 1928, trocou o Internacional pelo Grêmio, onde foi substituir Lara, que saiu brigado do clube.

No final de 1927 o Porto Alegre teria de disputar um jogo de acesso com o Concórdia, campeão da 2ª divisão, repetindo o drama de 1924. Mas dessa vez a APAD decidiu promover o Concórdia, mais Ruy Barbosa e Ypiranga, sem rebaixar ninguém. O campeonato de 1928 teria, então, 9 equipes.

O Porto Alegre decidiu que 1928 seria seu grande ano. Trouxe Eurico Lara para o gol (sim, ele saiu do Grêmio, o que pouca gente sabe), e a imprensa anunciava a contratação de Risada (lateral da seleção gaúcha, que mais tarde acabaria no Internacional) e mesmo de Araken, o maior jogador brasileiro da época, que havia sido destaque no Santos vice-campeão paulista de 1927, quando o ataque do time santista fez mais de 100 gols. Algo como o São José contratar Romário, na época que ele estava no auge.

Fora Lara, as outras contratações não foram tão bombásticas, mas o Porto Alegre montou um bom time, que goleou o Colorado duas vezes: 3x7 e 0x5. O Internacional começou o campeonato muito mal, deixando claro que não seria bicampeão. A 1ª partida do ano, uma derrota de 2x7 para o Americano, já mostrava que o ano seria muito complicado.

Para piorar, em 1928 o clube perdeu seu campo, a Chácara dos Eucaliptos (embora essa versão eu tenho algumas dúvidas, pois tenho registro de partidas na Chácara dos Eucaliptos até julho de 1929). O Asilo da Providência (dono da Chácara dos Eucaliptos) resolveu vender o terreno, dando preferência ao Inter, embora o preço fosse alto (40 contos). Alguns colorados conseguiram juntar o dinheiro, mas um grupo liderado por Antenor Lemos foi contra a compra do terreno. Sem campo para jogar, e somando péssimos resultados, o Colorado correu risco de fechar.

Em 1928, outra marca: estreou na equipe Dirceu Alves, o primeiro jogador reconhecidamente negro a atuar no Internacional (normalmente esta informação aparecia como tendo sido em 1925, mas em realidade foi em 1928).

Sobre Lara não levar 3 gols de um mesmo jogador, em um único jogo, já tratado no tópico de 1927: Lara levou 3 de Luiz Carvalho, do Grêmio, e mais 3 de Nestor, do Cruzeiro.

Uma curiosidade sobre a campanha colorada: em 01.04 o Internacional conquistava uma de suas raras vitórias no ano, 2x0 no São José. No início do 2º tempo um torcedor invadiu o campo e acertou uma bengalada no juiz João Gobbatto, que teve de ser substituído por Orestes Portaland.

Pelo menos, o rival não ganhou nada, tb. O Porto Alegre ganhou o T. Início e o Americano venceu o municipal e o estadual.

Competições disputadas:
Torneio Início - 3º lugar
Campeonato Municipal - 5º lugar

1929
Em 10/04/1929 foi criada uma nova entidade, a Associação Metropolitana Gaúcha de Esportes Atléticos (AMGEA). Seus fundadores foram o Internacional, Americano e Grêmio. Ainda em 1929 filiaram-se à nova entidade o Ruy Barbosa, Concórdia, Ypiranga e Bancário. Estas sete equipes disputaram o municipal de 1929. Cruzeiro, Porto Alegre e São José continuaram na APAD, que manteve o vínculo com a FRGD.

A equipe colorada reforçou-se, com Risada na defesa, o uruguaio Félix Magno de centromédio, e Javel no ataque. Não chegou ao título, mas não repetiu o fiasco do ano anterior. Dos 3 Gre-Nais do ano, venceu 1 (4x2) e perdeu 2 (ambos por 1x2). Venceu tb um amistoso internacional, com o Oriental do Uruguai (4x3).

O Americano, principal equipe da cidade, na época, chegou ao bicampeonato. Mas a APAD é que manteve o direito de indicar o representante de Porto Alegre no campeonato estadual, e o Americano não pode disputar o bicampeonato gaúcho. O Cruzeiro, campeão da APAD, disputou o estadual e sagrou-se campeão.

Competições disputadas:
Torneio Início - ?
Campeonato municipal - 3º

1930
Novamente um ano sem grandes conquistas para o Internacional. A novidade maior foi que o Cruzeiro abandonou a APAD e ingressou na AMGEA, goleando o Colorado duas vezes (1x6 e 2x5). O clima político do país era pesado, e em outubro estourou a revolução que levaria Getúlio Vargas ao poder. O campeonato da cidade foi paralisado, sem chegar à conclusão. A última partida do Internacional na temporada foi o Gre-Nal de 14/09.

A FRGD estava em crise, pois a APAD porto-alegrense desaparecera, e a entidade estadual não reconhecia a AMGEA. Além disso, com a crise política e a mobilização de tropas, muitos campeonatos citadinos não chegaram ao fim, inviabilizando o estadual.

Contudo, uma outra entidade, a FAGET (Federação Atlética Gaúcha de Esportes Terrestres), que cuidava de outros esportes, convidou o campeão pelotense (Pelotas), a equipe que liderava o campeonato porto-alegrense (mas que não havia sido campeã), o Novo Hamburgo e o São Paulo de Rio Grande para disputarem o título estadual.

Na decisão, o Grêmio vencia por 2x0, quando o Pelotas empatou, com dois gols de pênalti. O Grêmio fez 3x2, mas a violência do time levou a mais um pênalti. Comandados por Foguinho, os jogadores do Grêmio fugiram de campo, levando a bola, para não ser cobrado o pênalti. A FAGET deu o resultado de campo por 3x3 e declarou o Pelotas campeão. Este campeonato gaúcho, por vários anos, não foi reconhecido como oficial, até finalmente a FRGD aceitar o fato de ter sido organizado por outra entidade.

Mas temos aí mais um título municipal que aparece nas listagens gremistas e que o clube não possui. Depois de 1913 e 1920, agora 1930.

Competições disputadas:
Torneio Início - ?
Campeonato municipal - 3º (quando foi paralisado).

1931
O campeonato municipal contou com 9 participantes: Internacional, Grêmio, Cruzeiro, Concórdia, Bancário, Americano, Ruy Barbosa, Força e Luz e Marechal de Ferro.

A 1ª partida do Colorado no ano foi o amistoso de inauguração do seu novo estádio: Eucaliptos.

O terreno onde foi construído o estádio dos Eucaliptos foi adquirido por 220 contos. Dez por cento foram pagos à vista e o clube parcelou o restante em mensalidades de 3 contos. Os últimos 40 contos foram pagos após a negociação de Sílvio Pirillo (vendido por 50 contos, no final da década de 1930). O estádio com arquibancadas de madeira recebeu o nome de Eucaliptos porque Oscar Borba cercou a área com mudas de eucaliptos, trazidas de Viamão.

A inauguração era para ter ocorrido em 08/03, mas o temporal que caiu em Porto Alegre obrigou a transferência do jogo para 15/03. O adversário convidado foi o tradicional rival. Nada melhor do que inaugurar a casa nova colocando o escalpo do rival pendurado na porta.

Ficha do jogo:
Internacional 3x0 Grêmio
Data: 15/03/1931
Juiz: Heitor Deste
Gols: Javel (2) no 1º; Javel no 2º

INT: Penha; Miro e Risada; Ribeiro, Magno e Moreno; Nenê, Javel, Ross, Honório e Ricardo
GRE: Lara; Sardinha I e Sardinha II; Dario, Luiz Carvalho e Russinho; Domingos, Artigas, Foguinho, Coró e Nenê

Javel, o craque da partida, anos mais tarde, em entrevista, declarou-se um colorado frustado, pq nunca foi campeão pelo Internacional. Seu único título ocorreu quando jogou pelo Grêmio. Mas ele nunca escondeu que era colorado.

No 1º Gre-Nal do campeonato, nova vitória colorada (1x0 - gol de Ross), e uma confusão bem característica da rivalidade Gre-Nal: Faltando 5 minutos para o fim do jogo, Poroto e Ross, após dividirem uma jogada, começaram a brigar. A briga espalhou-se entre os jogadores, transformando a partida em uma batalha campal. A Guarda Civil interveio, agredindo com cacetetes a jogadores e torcedores, e a partida foi interrompida.

Neste ano, o Internacional fez uma excursão pelo interior do estado:

2x3 Riograndense (Santa Maria)
3x1 Combinado de Uruguaiana
3x1 14 de Julho (Santana do Livramento)
4x2 Oriental (Rivera - URU)

Tb jogou três amistosos importantes:

1x1 Botafogo RJ (primeiro confronto com um time do eixo RJ-SP)
3x1 Olímpia de Montevidéu - URU
1x4 Seleção Paranaense

No site colecionador colorado tem uma foto do amistoso contra o Botafogo.

Uma curiosidade:
Tupan, que seria o grande craque colorado da primeira metade da década de 1930, e ídolo de infância de Tesourinha, ainda era apenas uma promessa de craque, jogando pelo Concórdia, mas chegou a marcar gol no Colorado. O futuro atleta do Internacional foi assim definido pela imprensa, após uma partida: “Tupan, considerado o melhor atacante do Concórdia, foi, a nosso vêr, o peior. Não que lhe faltem aptidões para a posição que occupa, mas porque usa e abusa do dribling. Amarra todo o jogo e, com isso, prejudica, seus companheiros”.

Competições disputadas:
Torneio Início - ?
Campeonato Municipal - vice-campeão

1932
Em 1932 São José e Porto Alegre ingressaram na AMGEA. A entidade decidiu criar uma divisão de acesso, classificando os clubes em Série A e B. A Série A seria composta por Internacional, Grêmio, Cruzeiro, Americano, Porto Alegre e São José, e na Série B ficariam Marechal de Ferro, Concórdia, Ruy Barbosa e Força e Luz. O Marechal de Ferro desistiu logo de disputar o campeonato. Ruy Barbosa e Concórdia, após boatos sobre uma possível fusão dos clubes, resolveram pedir licença da AMGEA e fechar seus departamentos de futebol, às vésperas do início do campeonato. Ambos consideravam que suas boas participações nos campeonatos anteriores deveriam garantir suas presenças na divisão principal.
Para a temporada de 1932 o Cruzeiro contratou Russo (ex-Grêmio, campeão gaúcho em 1931), Baptista (goleiro que veio de Alegrete), Luiz Luz (ex-Americano), Araújo (ex-América, campeão carioca em 1931) e Bortegaray (atacante, ex-Juventude de Caxias do Sul). O Americano preparou-se para o campeonato contratando Ivo (ponteiro que veio de Pelotas), Joãozinho (ex- Vasco da Gama - RJ) e Rancho (meia, ex-Ruy Barbosa).

O Internacional começou o ano enfrentando o Wanderers de Montevidéu (perdemos por 3x2). Jogavam no Wanderers o goleiro Ceriani (goleiro menos vazado e melhor da posição no campeonato uruguaio de 1931), Domingos Tejera (zagueiro campeão olímpico em 1928) e Oscar Delbono (meia campeão olímpico em 1928 e mundial em 1930). Tb atuava Figueroa, que fez um gol no Colorado.

No campeonato da cidade, perdemos apenas os Gre-Nais:
1º turno
3x1 Cruzeiro
5x2 São José
2x1 Americano
0x2 Grêmio
7x0 Porto Alegre
2º turno
4x2 Cruzeiro
4x2 São José
3x2 Americano
0x1 Grêmio
9x2 Porto Alegre

No final do ano, uma importante vitória em amistoso: 3x2 no Botafogo, campeão carioca. Depois, uma rápida excursão ao Paraná:
2x1 Combinado Atlético/Britânia
6x1 Palestra Itália
1x1 Seleção Paranaense

Competições disputadas:
Torneio Início - ?
Campeonato Municipal - vice-campeão

1933
Em 1933 o Internacional teve como adversários no campeonato municipal o Grêmio, São José, Cruzeiro, Americano, Porto Alegre e Força e Luz.

No Torneio Início o Colorado chegou à final, mas foi derrotado pelo estreante Força e Luz, campeão da 2ª divisão em 1932 (na verdade o clube foi o único inscrito na 2ª divisão e ganhou o título sem jogar).

Durante o campeonato, o desempenho do clube foi regular, mas insuficiente para chegar ao título, apesar de ter se reforçado com o meia Mabília, ex-São José.

Além do campeonato, o clube jogou alguns amistosos com equipes do interior, e com uma seleção da Marinha de Guerra.

A melhor vitória da temporada foi contra o Porto Alegre (8x2), e a pior derrota foi frente ao Cruzeiro (2x5).

Curiosidade:
Em março de 1933 era anunciado nas páginas do Correio do Povo a venda de terrenos no novo condomínio Jardimpolis, onde se localizava a antiga Chácara dos Eucaliptos.

Competições disputadas:
Torneio Início - vice-campeão
Campeonato Municipal - vice-campeão

Torneio Encerramento - ?

1934
As mesmas equipes disputaram o campeonato municipal.

Mas para o Internacional as coisas seriam diferentes. Após algumas experiências, o time titular ficou assim formado: Penha; Poroto e Risada; Garnizé, Darci Encarnação e Levi; Chatinho, Tupan, Mancuso, Cavaco e Marreco.

As vitórias começaram a aparecer já no Torneio Início: Internacional 1x0 Americano - Chatinho
São José 1x0 Força e Luz - Zanini
Porto Alegre 1x0 Cruzeiro - Florentino
Internacional 1x0 Grêmio - Risada (pênalti)
Porto Alegre 1x1 São José - 2x1 nos corners
Internacional 1x0 Porto Alegre - Tupan

Com a bola rolando para valer, o Internacional começa bem o campeonato:
5x0 Porto Alegre - Dirceu (2), Cavaco (2) e Tupan
3x0 Americano - Darci, Poroto e Tupan

Enquanto isso o Grêmio perdia para o S. José (1x2). Mas logo nós tropeçamos tb, 0x1 Cruzeiro, enquanto o Grêmio fazia 4x0 no Força e Luz.

Mas logo nos recuperamos:
4x1 Força e Luz - Chatinho (2), Levi e Marreco
2x1 São José - Darci e Tupan

Com isso, chegamos ao Gre-nal do 1º turno igualados com o rival. A partida seria disputada nos Eucaliptos.
O Internacional começou melhor. O único gol da 1ª etapa foi marcado pelo colorado Risada, de pênalti. Na 2ª etapa Mancuso ampliou (2x0), mas Sardinha II marcou duas vezes e empatou. Tupan colocou o Colorado em vantagem outra vez, mas o famoso Luiz Carvalho empatou de novo. Contudo, o dia era colorado, e Honório fez 4x3.

Returno:
5x0 Porto Alegre - Cavaco, Tupan, Poroto, Darci e ?
2x0 Americano - Tupan (2)
4x2 Cruzeiro - Cavaco (2) e Mancuso (2)

Mas um empate com o Força e Luz (2x2 - Mancuso (2)), deixou o rival a apenas 1 ponto, faltando uma rodada para o Gre-Nal. O Internacional enfrentaria o S. José e o Grêmio o Cruzeiro.

Nós vencemos por 1x0 (gol de Mancuso), e o Grêmio levou 4x3 do Cruzeiro. Assim, chegamos ao Gre-Nal com o título já garantido.

Mesmo assim, nova vitória: 2x1 (Mancuso e Cavaco).

Classificação Final do campeonato:
1º Internacional 21
2º Cruzeiro 17
3º Grêmio 16
4º Americano 12
5º São José 10
6º Força e Luz 8
7º Porto Alegre 0

Como campeão de Porto Alegre, o Internacional entrou no campeonato gaúcho diretamente na fase final, um quadrangular eliminatório.

O Internacional eliminou o Uruguaiana (4x2 - Tupan (2), Mancuso e Cavaco), enquanto o 9º Regimento, de Pelotas, eliminou o Riograndense de Cachoeira do Sul.

Na final, em partida bastante disputada, o Internacional venceu o 9º Regimento, por 1x0, gol de Tupan aos 28’ do 2º tempo.

O 9º Regimento era uma grande equipe, mas o Colorado tinha um bom retrospecto contra pelotenses, em 1934. Já havia disputado e vencido dois amistosos: 6x0 no próprio Regimento e 6x3 na Seleção de Pelotas. O 9º Regimento ainda faria sucesso no futebol gaúcho, e hj é conhecido por outro nome, mas isso é outra história, que fica para mais adiante.

No estilo Torneio Início, o Colorado disputou e venceu mais três competições: Torneio Flores da Cunha, Torneio Dia do Desporto e Torneio Encerramento, batendo nas finais, respectivamente, Força e Luz (2x0), Cruzeiro (1x0) e Americano (2x0).

Competições disputadas:
Torneio Início - campeão
Torneio Flores da Cunha - campeão
Torneio Dia do Desporto - campeão
Campeonato Municipal - campeão
Torneio Encerramento - campeão
Campeonato Gaúcho - campeão

1935
O campeonato municipal começou com as mesmas equipes do ano anterior.

No Torneio Início, o Internacional foi eliminado logo na 1ª fase, pelo Cruzeiro (o rival tb caiu nessa fase, eliminado pelo São José). Na final, o Americano bateu o São José e ficou com a taça.

No campeonato municipal, o Internacional começou bem. O campeonato de 1935, por marcar o centenário de início da Revolução Farroupilha, foi denominado campeonato farroupilha.

Na última rodada do campeonato, o Internacional enfrentava seu rival precisando apenas de um empate para ficar com a taça. O Colorado tinha o melhor time da cidade, e o melhor jogador do estado, Tupan. O 1º tempo foi um massacre colorado, e Eurico Lara (goleiro gremista), cardíaco, não aguentou a pressão e teve de ser substituído por Chico, no intervalo, com fortes dores no peito. No 2º tempo, novamente só o Internacional atacava, e Chico era a principal figura do jogo, assim como Lara tinha sido no 1º. As partidas duravam 80 minutos, e aos 37' do 2º tempo, a torcida colorada fazia festa, mas uma bola lançada na área foi mal cortada por Risada, e caiu no pé de Foguinho, que fez 1x0 para o rival. Atordoada, a equipe colorada ainda levou mais um gol, aos 39', perdendo a partida e o título.

Na decisão do estadual, novsmente o 9º Regimento, de Pelotas, enfrentaria uma equipe de Porto Alegre. O campeonato estadual tb era chamado de Farroupilha, e seria decidido em uma melhor de 3 partidas, todas em Porto Alegre. O rival venceu a 1ª, por 3x1, mas perdeu as outras duas (0x3 e 1x2). O 9º Regimento foi campeão com um dos maiores centroavantes da história do futebol gaúcho: Cardeal. Ele foi escolhido o melhor centroavante do Sul-Americano de 1937, quando ainda atuava no 9º Regimento. Atuou tb no Nacional do Uruguai (onde é um dos maiores ídolos da história do clube) e no Fluminense do RJ. Morreu de tuberculose em 1949.

Em 1941, uma lei proibiu repartições públicas de emprestarem seu nome a clubes esportivos. Assim, o 9º Regimento teve de mudar de nome, tornando-se o Farroupilha

Ainda em 1935, duas partidas importantes para o Internacional:

Em 14..04.1935 inaugurou-se o campo do Força e Luz, no Caminho do Meio (a Timbaúva). A partida preliminar seria entre Grêmio e Cruzeiro, mas como este último não compareceu, a disputa foi cancelada. O jogo de fundo apresentava o Força e Luz frente ao Internacional e terminou com o marcador de 5x1 para o colorado. Mancuso, do Internacional, fez o primeiro gol do estádio. A Timbaúva foi, durante muitos anos, o melhor estádio de Porto Alegre.

Em 12.05.1935 o Internacional enfrentou pela 1ª vez o Santos, clube que seria campeão paulista naquele ano, empatando em 1x1.

A nota triste do futebol gaúcho naquele ano ficou por conta da morte de Eurico Lara, no final do ano, em decorrência de problemas cardíacos. Sua última partida foi o Gre-Nal decisivo do campeonato municipal.

Competições disputadas:
Torneio Início - 5º lugar
Campeonato Municipal - vice-campeão

1936
A temporada de 1936 inicia com duas polêmicas agitando os meios esportivos. Uma delas era apenas mais um caso pitoresco, mas a outra viria a impulsionar profundas mudanças no futebol porto-alegrense e gaúcho. A polícia gaúcha resolvera punir o jogo violento com autuação em flagrante por agressão. Instantes antes da partida entre Cruzeiro e Internacional (01 de maio), o delegado responsável pelo policiamento do jogo, Amantino Fagundes, ingressou no gramado e advertiu os jogadores, em frente ao juiz, do risco de prisão em caso de faltas violentas. O presidente da AMGEA reagiu, declarando através da imprensa que a polícia não tinha o direito de estender sua jurisdição para dentro do gramado. Somente após um acordo entre a AMGEA e o chefe da Polícia do Estado, Poty Medeiros, a situação foi resolvida e os juizes mantiveram a autoridade durante as partidas. A outra polêmica diz respeito à visita ao Rio Grande do Sul, no mês de abril, de uma delegação das entidades esportivas “especializadas” (profissionais), buscando estender suas ramificações até o estado. A imprensa divulgou boatos de que a Federação Rio Grandense de Desportos (FRGD) e a Liga Atlética do Rio Grande do Sul (LARGS) poderiam aderir às “especializadas”, porém as mesmas ignoraram os visitantes. Contudo, no ano seguinte os grandes clubes de Porto Alegre criariam a AMGEA “Especializada”, rompendo com a FRGD. Durante três anos a dupla Grenal ficaria afastada das competições estaduais, até a profissionalização completa do futebol gaúcho.

No começo da temporada, o São José venceu o Torneio Início. Mas no campeonato o Internacional não teve muitas dificuldades. A AMGEA resolveu, após iniciado o torneio, adotar a Fórmula Fraga para apontar o campeão. O vencedor do 1º turno enfrentaria, em uma final, o vencedor do 2º turno. O Colorado ganhou os dois turnos e levou o título sem final.

O time-base era mais forte que o do ano anterior: Penha; Alfeu e Natal; Garnizé, Risada e Levi; Artigas, Salvador, Sylvio Pirillo, Castillo e Tom Mix. O clube revelava um bom lateral esquerdo (Levi), contava com dois reforços vindos do Grêmio (Artigas e Castillo), o ponteiro-esquerdo da seleção gaúcha (Tom Mix) e uma revelação vinda do Americano (Sylvio Pirillo). Pirillo é considerado por muitos o maior centroavante da história do Internacional, além de ter sido ídolo no Flamengo, Botafogo e Peñarol.

A principal baixa do Colorado tinha sido Tupan, que foi para o Santos.

Nos Gre-Nais do campeonato, amplo predomínio colorado: 3x2 e 2x0. Campeão da cidade, o Internacional foi disputar seu 3º estadual. Na final, o adversário era o “vovô” Rio Grande. A final só ocorreu em janeiro de 1937, e o Colorado levou a pior, perdendo as duas partidas: 2x3 e 0x2.

Das outras partidas do ano, vale destacar dois confrontos com o Juventude (6x1 e 9x0) e dois amistosos com o Palestra Itália (atual Palmeiras - 1x2 e 0x3). O Internacional participou também da inauguração do Passo d’Areia, estádio do São José, em 05.04.1936, vencendo o anfitrião por 3x1. O colorado Artigas fez o gol inaugural.

Competições disputadas
Torneio Início - ?
Campeonato Municipal - campeão
Campeonato Gaúcho - vice-campeão


1937
O Internacional começa o ano enfrentando o Atlanta,de Buenos Aires,
em um amistoso (3x5). Foi o primeiro confronto do Colorado com equipes argentinas.

A seguir, vieram as partidas pelo estadual de 1936. No municipal, após 3 rodadas, o campeonato foi paralisado. A dupla Gre-Nal anunciou um convênio com a AMEA carioca e o ingresso no futebol "especializado" (profissional). Cruzeiro, São José e Força e Luz seguiram a dupla, mas Porto Alegre e Americano não. Com isso, a AMGEA gaúcha dividiu-se em duas: "cebedense", que ficou fiel à FRGD, e "especializada", da dupla. O novo campeonato seria disputado na fórmula fraga (campeões de turno se enfrentando na final).

O Internacional tb disputou amistosos com equipes cariocas. Em Porto Alegre, derrotou o Fluminense (1x0) e empatou com o Flamengo (2x2). Como foi a equipe gaúcha de melhor desempenho contra a dupla Fla-Flu, foi convidado a excursionar ao RJ. Lá, perdeu para Fluminense (3x4), América (1x5) e Flamengo (1x2).

No municipal, após vencer o Força e Luz na estréia, perdeu todas as demais no 1º turno. O mesmo ocorreu no 2º turno. A zebra São José venceu o 1º turno, classificou-se para a final contra o Grêmio, campeão do 2º turno. O Internacional ficou empatado em 3º com Cruzeiro e Força e Luz. A AMGEA queria um torneio desempate entre as equipes, mas o Internacional abriu mão, ficando oficialmente em 5º lugar.

Na decisão, o Grêmio venceu a 1ª por 2x1, o São José venceu a 2ª (3x2), mas perdeu a decisiva (2x0). No 1º jogo, quando já estava 2x1, o juiz anulou um gol e deixou de dar um pênalti para o Zequinha. Na AMGEA "cebedense", os remanescentes convidaram o Villa Nova, Renner e Novo Hamburgo para se filiarem. O Novo Hamburgo, campeão do 1º turno, derrotou o Americano, campeão do 2º turno, na final. Pela primeira vez, a cidade de Porto Alegre ficou sem clube no campeonato gaúcho, pois foi representada pelo Nóia.

No último Gre-Nal, o Internacional estreou dois uruguaios: o goleiro Rizzo e o zagueiro Graham Bell, que jogaram apenas esta partida.

Neste ano de fraco desempenho, Sylvio Pirillo foi a estrela solitária do Colorado. Encantou os cariocas na excursão ao RJ, sendo mais tarde ídolo no Flamengo e Botafogo. É considerado até hj um dos maiores centroavantes da história do futebol brasileiro.

Uma contratação curiosa do ano foi Laxixa, centromédio do Villa Nova. O Internacional o levou para a excursão ao RJ, enquanto o Villa Nova acusava o Internacional de roubar seu jogador (como eram de entidades diferentes, o Colorado apenas assinou contrato com Laxixa, sem pagar nada ao Villa, até pq este clube não reconhecia o profissionalismo). Na volta, porém, o Internacional desistiu de Laxixa, que acabou indo para o Grêmio, onde jogaria por alguns anos.

No campeonato gaúcho, o título ficou com o Santanense, que tirou do Internacional, a peso de ouro, o grande zagueiro Alfeu.

Competições disputadas:
Torneio Início AMGEA - ?
Torneio Início AMGEA cebedense - campeão
Campeonato Municipal - 5º lugar
Torneio Casa Masson - 4º lugar
Torneio Encerramento - campeão

1938
Para este início de temporada, o Internacional manteve jogadores importantes, como Risada, Sylvio Pirillo e Brandão, e ainda acrescentou o goleiro Júlio e Rui, que seria um dos grandes nomes do Rolo Compressor.

Durante o campeonato, mais dois reforços chegaram: o zagueiro Alfeu, que retornou de Santana do Livramento, e o atacante Carlitos, que se tornaria o maior artilheiro colorado e o maior artilheiro em Gre-Nais, defendendo o manto rubro até 1951.

No campeonato, a campanha foi apenas regular:
1º turno
4x0 Força e Luz
1x3 Grêmio
4x1 São José
1x2 Cruzeiro
2º turno
1x3 Força e Luz
3x4 Grêmio
4x1 São José
3x1 Cruzeiro

O rival acabou levando o título. Na AMGEA “cebedense”, sem Villa Nova e Americano, mas com o acréscimo do Ferroviário, o Renner foi o campeão e representou a cidade no estadual, onde não conseguiu classificar-se para as finais. Guarany de Bagé e Riograndense de Rio Grande decidiram o título, que ficou com o alvi-rubro bageense pela segunda vez.

O destaque da temporada foram os Gre-Nais disputados pela Taça Martel. Este troféu, oferecido pela Casa Martel, seria disputado em dois clássicos amistosos.
Em 06.06, na Timbaúva, empate em 4x4, com o juiz anulando 3 gols colorados e 2 gremistas. Foi o primeiro Gre-Nal de Carlitos, e ele deixou nas redes sua marca.
No 2º Gre-Nal, em 01.11, o Colorado venceu por 6x0, com o juiz anulando 5 gols colorados. O folclore do futebol diria que o árbitro teria dito que anulara os gols “pq era muito gol para um clássico”. Contudo, na imprensa da época não há nenhuma referência aos gols terem sido mal anulados, e as anulações ocorreram durante a construção do placar, e não após já estar 6x0.

Por fim, em 10.11 o Internacional goleou o Renner (campeão da outra liga) por 6x0, na inauguração da iluminação do estádio dos Eucaliptos.

Competições disputadas:
Torneio Início - ?
Campeonato Municipal - vice-campeão
Torneio Dia do Filiado - CAMPEÃO
Torneio Encerramento - CAMPEÃO

1939
Em 1939 as duas AMGEAS fundiram-se em uma única entidade. Mas contando com 11 filiados, a nova entidade poderia ter apenas 5 clubes na 1ª divisão, segundo o acordo feito com a AMEA carioca, em 1937.

Por isso, em abril de 1939 começou o Campeonato Relâmpago: um campeonato municipal disputado por 11 equipes (Internacional, Grêmio, Cruzeiro, Força e Luz, São José, Americano, Porto Alegre, Ferroviário, Renner, Sokol e Villa Nova), em turno único, que classificaria os 5 primeiros para a 1ª divisão.

A campanha colorada foi quase perfeita:
9x3 Porto Alegre
4x2 Ferroviário
3x2 Grêmio
2x1 São José
5x4 Cruzeiro
8x0 Americano
7x0 Renner
2x4 Força e Luz
13x1 Sokol
Mesmo o tropeço para o Força e Luz não impediu o título, confirmado na goleada sobre o Sokol. O Villa Nova, após jogar três partidas, saiu da liga e do campeonato, por isso não jogou com o Colorado.

Encerrado o campeonato, garantiram-se na 1ª divisão Internacional, Grêmio, Força e Luz, Cruzeiro e Americano. Os demais, com exceção do Villa Nova, foram disputar a 2ª divisão. O campeonato municipal seria disputado em Fórmula Fraga, campeão do 1º turno contra campeão do 2º.

Campanha no 1º turno:
2x3 Grêmio
Perdemos um Gre-Nal disputado
2x1 Cruzeiro
Durante a partida, o único reforço para o campeonato, um desconhecido atacante oriundo da várzea, entrou no time. Seu nome? Tesourinha.
3x3 Americano
O Internacional jogou desfalcado de Risada, Brandão, Russinho e Carlitos, por estarem servindo à Seleção Gaúcha.
5x3 Força e Luz
Ainda o time reserva, mas uma grande vitória.
O Grêmio venceu o 1º turno.

2º turno:
6x1 Grêmio
Um massacre comandado por Acácio, que fez 3 gols.
1x3 Cruzeiro
Perdemos, mas Acácio marcou um belo gol de bicicleta.
5x2 Americano
8x2 Força e Luz

Na partida contra o Grêmio, o Força e Luz vencia por 3x2 até os 37' do 2º tempo. Aos 38' Jesus empatou, e no último minuto Alemãozinho virou para o Grêmio, mas o juiz anulou o gol, pois o gremista estava impedido. Os jogadores tricolores cercaram o juiz, e na base do peitaço fizeram ele voltar atrás e confirmar o gol.

Com esse resultado, o Grêmio empatou com o Internacional, na liderança do 2º turno, obrigando um jogo-extra. Se o Colorado vencesse, ocorreriam dois Gre-Nais para decidir o campeonato. Se o Grêmio vencesse, ganharia os dois turnos e seria campeão direto.

A partida só foi ocorrer em fevereiro de 1940. O Colorado saiu na frente, com um gol de Acácio, mas o Grêmio virou para 4x1. Tesourinha ainda diminuiu o prejuízo: Grêmio 4x2.

Competições disputadas:
Campeonato Relâmpago - CAMPEÃO
Torneio Fogões Geral - CAMPEÃO
Torneio Início - 3 º lugar
Taça Diário de Notícias - CAMPEÃO
Campeonato municipal - vice-campeão

1940
O ano começou com o Colorado envolvido na disputa do campeonato de 1939. Mas se perdemos o título de 1939, o primeiro jogo de 1940 já prenunciava novos tempos: foi o Gre-Nal do 2º turno, 6x1 para o Internacional.

Entre os jogos do turno, um amistoso com o Independiente ARG (3x3).

A base do Rolo Compressor já estava ali: Alfeu, Tesourinha, Russinho, Rui e Carlitos. Completavam o time titular Júlio, Risada e os novos Assis (no lugar de Celso), Pedrinho (no lugar de Levi) e Marques (no lugar de Acácio).

O campeonato, desta vez, teria 3 turnos, e o campeão seria quem somasse mais pontos. O São José, campeão da 2ª divisão de 1939, substituiu o Americano na 1ª divisão.

- Nasce o Rolo Compressor - Parte I

Desde sua fundação o Internacional era um dos grandes clubes da cidade, e mesmo do estado. Porém, faltava a confirmação dessa grandeza. O penta-campeonato municipal, entre 1913 e 1917, foi um momento importante, mas depois disso as conquistas rarearam. Foram apenas cinco títulos municipais e os estaduais de 1927 e 1934, nos 22 anos seguintes.

Mas em 1940 a situação ia mudar drasticamente. O ano começou ainda com o Colorado envolvido na disputa do campeonato municipal de 1939. Mas se perdemos o título, o primeiro jogo de 1940 já prenunciava novos tempos: foi o Gre-Nal do 2º turno de 1939, 6x1 para o Internacional. A base do Rolo Compressor já estava ali: Alfeu, Tesourinha, Russinho, Rui e Carlitos. Completavam o time titular Júlio, Risada e os novos Assis (no lugar de Celso), Pedrinho (no lugar de Levi) e Marques (no lugar de Acácio).O campeonato municipal de 1940 teria três turnos, e o campeão seria quem somasse mais pontos. Participavam da competição Internacional, Grêmio, Cruzeiro, Força e Luz e o São José, campeão da 2ª divisão de 1939, que substituiu o rebaixado Americano.

1º Turno
O Internacional estreou enfrentando o Cruzeiro, que estava com uma boa equipe. O Colorado saiu perdendo, virou a partida para 4x2, mas acabou cedendo o empate.
Internacional 4x4 Cruzeiro
Data: 14/04/1940
Local: Eucaliptos
Juiz: Waldomiro Vasques
Gols: Rui CR 12' e Rui IN 40' do 1º; Russinho 1', Rui CR, Marques 27', Espir (contra), Rui CR e Plá 45' do 2º
IN: Júlio; Alfeu e Risada; Perez, Nenê e Pedrinho; Tesourinha, Russinho, Marques, Rui e Carlitos
CR: Veronese; Espir e Marazita; Bruno, Rafini e De Lorenzi; Kiodo, Janguito, Ordovás, Rui e Plá

No 2º jogo, o clássico Gre-Nal. Em uma partida emocionante, o Colorado vence de virada. O Grêmio realizou uma substituição, feito raro, pois somente era permitida no caso do goleiro se lesionar.
Internacional 3x2 Grêmio
Data: 28/04/1940
Local: Baixada
Juiz: Aparício Vianna e Silva
Gols: Rui 13' e Basílio 35' do 1º; Basílio 1', Russinho 14' e Carlitos 38' do 2º
IN: Júlio; Alfeu e Risada; Nenê, Magno e Pedrinho; Tesourinha, Russinho, Marques, Rui e Carlitos
GR: Edmundo (Enobar); Dario e Luiz Luz; André, Noronha e Laxixa; Mesquita, Rubi, Basílio, Foguinho e Malachias

O 3º confronto foi uma grande vitória do Internacional contra o clube onde estavam jogando os ex-colorados Brandão, Acácio e Filhinho (e Abigail, que mais tarde seria contratado pelo Internacional para ser o lateral-esquerdo do Rolo Compressor). O Força e Luz foi prejudicado pela lesão de Salvador, aos 10 minutos do 1º tempo, o que deixou o time com apenas 10 jogadores.
Internacional 7x1 Força e Luz
Data: 19/05/1940
Local: Eucaliptos
Juiz: Valentim Barreto
Gols: Russinho 5', Tóbis 6', Russinho 7', Tesourinha 30' e Marques 43' do 1º; gol IN 17', Carlitos 25' e Marques 40' do 2º
IN: Júlio; Alfeu e Risada; Nenê, Magno e Pedrinho; Tesourinha, Russinho, Marques, Rui e Carlitos
GR: Aristeu; Hugo e Borges; Juvêncio, Brandão e Abigail; Zequita, Salvador, Acácio, Tóbis e Filhinho

Para encerrar o 1º turno, goleou o São José. No Zequinha jogava o goleiro Ivo Winck, que no ano seguinte estaria no Internacional, além do ex-colorado Javel e do ex-gremista Alemãozinho.
Internacional 5x2 São José
Data: 02/06/1940
Local: Passo da Areia
Juiz: Waldomiro Vasques
Gols: Cidrônio 11' e Marques 32' do 1º; Marques, Tesourinha, Russinho (2) e Cidrônio no 2º
IN: Júlio; Alfeu e Risada; Nenê, Magno e Pedrinho; Tesourinha, Russinho, Marques, Rui e Carlitos
GR: Ivo; Mabília e Mando; Zica, Junção e Lobato; Javel, Dentista, Alemãozinho, Elustondo e Cidrônio

O Internacional fechou o 1º turno na liderança, três pontos à frente do Grêmio (na época, vitória valia dois pontos). Empatados em 3º lugar, Cruzeiro, Força e Luz e São José.

- Nasce o Rolo Compressor - Parte II

2º Turno
De novo o Cruzeiro incomodando o Internacional.
Internacional 2x2 Cruzeiro
Data: 23/06/1940
Local: Timbaúva
Juiz: Osvaldo Brandão
Gols: Marques 3' do 1º; Ordovás 7', Russinho 14' e Ordovás 36' do 2º
IN: Júlio; Alfeu e Risada; Assis, Magno e Pedrinho; Tesourinha, Russinho, Marques, Rui e Carlitos
CR: Marne; Espir e Marazita; Ferrari, Raffini e Vinícius; Kiodo, Rico, Ordovás, Rui e Plá

No Gre-Nal, as lesões derrotaram o Colorado. Alfeu já entrou em campo machucado, e rendeu muito pouco. Para piorar, o uruguaio Félix Magno quebrou o pé quando a partida estava 1x1, deixando o time com 10 jogadores em campo (na época, somente o goleiro, se lesionado, poderia ser substituído).
Internacional 2x5 Grêmio
Data: 07/07/1940
Local: Eucaliptos
Juiz: Virgílio Fedrighi
Gols: Foguinho GR 4', Marques 22' e Malachias 40' do 1º; Basílio 6', Basílio, Foguinho e Marques no 2º
IN: Júlio; Alfeu e Risada; Assis, Magno e Pedrinho; Tesourinha, Russinho, Marques, Rui e Carlitos
GR: Edmundo; Dario e Luiz Luz; André, Noronha e Laxixa; Mesquita, Vanário, Basílio, Foguinho e Malachias

Aproveitando-se que o Grêmio perdeu a chance de alcançá-lo, ao empatar com o São José, o Colorado consolidou a liderança com mais uma vitória.
Internacional 3x2 Força e Luz
Data: 04/08/1940
Local: Timbaúva
Juiz: Virgílio Fedrighi Campeonato Municipal
Gols: Assis 31' e Tobis 41' do 1º; Mário Andrade 15', Carlitos 30' e 35' do 2º
IN: Marcelo; Álvaro e Risada; Rubim, Assis e Pedrinho; Tesourinha, Russinho, Torelly, Castillo e Carlitos
FL: Aristeu; Juvêncio e Borges; Brandão, Ruarinho e Abigail; Zequita, Mário Andrade, Salvador, Tóbis e Filhinho

O São José demonstrou que tinha um bom time e deu trabalho ao Colorado. Apesar de ter saído perdendo, virou a partida e chegou a estar vencendo por 3x1 e 4x2. Tesourinha perdeu um pênalti, defendido por Ivo. No 4º gol colorado houve uma sequência de passes de cabeça: Alfeu para Rui, Rui para Russinho, Russinho para Carlitos e Carlitos para Russinho, que marcou o gol.

Internacional 4x4 São José
Data: 18/08/1940
Local: Eucaliptos
Juiz: Virgílio Fedrighi
Gols: Tesourinha 4', Alemãozinho 5', Javel 12' e Alemãozinho 17' do 1º; Carlitos 30', Décio 33', Russinho 35' e 41' do 2º
IN: Marcelo; Álvaro e Risada; Alfeu, Assis e Pedrinho; Tesourinha, Russinho, Torelly, Ruy e Carlitos
SJ: Ivo; Mabília e Mando; Zica, Junção e Lobato; Javel, Décio, Alemãozinho, Elustondo e Cidrônio

Na conclusão do turno, o Grêmio alcançou o Colorado na liderança, ambos com 11 pontos. Nos dois últimos jogos do turno, alguns acontecimentos inusitados: em Grêmio 4x0 Força e Luz, aos 30 minutos do 1º tempo o goleiro Edmundo sofreu séria lesão ao chocar-se com seu companheiro Laxixa. O atleta teve traumatismo e dois cortes na região do olho esquerdo. O quarto gol gremista ocorreu em flagrante impedimento, reconhecido até pelos jogadores do Grêmio. Como o juiz manteve a validade do gol, Brandão o agrediu a socos, sendo preso e levado para a Repartição Central de Polícia. Mais tarde, pegaria seis meses de suspensão. Na partida São José 1x3 Cruzeiro, o cruzeirense Plá marcou um gol olímpico, anulado pelo juiz, e foi expulso ao reclamar. Acompanhando sua saída de campo, o árbitro segurou em seu braço, para apressá-lo. Plá reagiu agredindo-o com um soco e foi preso. Também pegou seis meses de suspensão.

- Nasce o Rolo Compressor - Parte III

3º turno
5x1 Cruzeiro
Momentos antes de iniciar a 2ª etapa, a torcida colorada vaiava Vinícius, atleta do Cruzeiro, que irritou-se. Com o aumento da vaia Vinícius dirigiu gestos ofensivos aos torcedores, sendo flagrado por um inspetor de polícia, que comunicou o fato ao delegado Renato Souza. O delegado deu voz de prisão ao atleta, paralisando a partida por 30 minutos. O Cruzeiro alegava que o atleta havia sido punido por atos extra-campo, o que possibilitaria sua substituição por outro jogador. Apesar da polêmica, a partida recomeçou com o Cruzeiro tendo um jogador a menos. Mas o dia não foi de todo ruim para o Cruzeiro: na preliminar, no confronto de aspirantes, o clube venceu por 5x2 e sagrou-se campeão municipal.

4x3 Grêmio
Maior renda já obtida em Porto Alegre até então, em um jogo emocionante. O Grêmio precisava da vitória, e saiu na frente, com um gol de Mário. Ainda no 1º tempo Tesourinha marcou duas vezes e virou o jogo, mas no último minuto Basílio empatou. Na 2ª etapa Russinho colocou o Colorado em vantagem, Mário empatou novamente, mas aos 26 minutos, novamente Russinho estufava as redes tricolores.

5x1 Força e Luz
Com a vitória no Gre-Nal, o título ficou muito perto. Para piorar a situação gremista, o tricolor da Baixada ainda empatou com São José (1x1), na rodada seguinte. O Internacional entrou em campo, contra o Força e Luz, para confirmar o título. E não brincou em serviço: com Carlitos improvisado de centroavante, o Colorado goleou o Força e Luz e conquistou o título.

2x2 São José
Este jogo já não valia nada para o Internacional, que entrou em campo desligado e chegou a estar perdendo por 2x0. A partida foi interrompida aos 34' do 2º tempo, devido a um temporal. O Internacional abriu mão de disputar o tempo restante, entregando os pontos ao São José.

No estadual, 100% de aproveitamento:
Zona Nordeste
6x3 Juventude
Semifinal
4x2 Riograndense SM
Final:
4x1 Bagé (Marques marcou um gol de bicicleta para o Colorado)
2x1 Bagé (O Correio do Povo considerou Tesourinha o melhor jogador em campo)

No estadual, 100% de aproveitamento:
6x3 Juventude
4x2 Riograndense SM
E na final:
4x1 e 2x1 no Bagé

Competições disputadas
Torneio Início - CAMPEÃO
Campeonato Municipal - CAMPEÃO
Campeonato Estadual - CAMPEÃO

1941
A temporada de 1941 iniciou-se com um amistoso com o Gimnasia y Esgrima, onde o Colorado foi derrotado por 4x2. Na sequência de amistosos, um jogo contra o São Paulo, que tinha vindo a Porto Alegre inaugurar a Montanha (estádio do Cruzeiro). Os tricolores paulistas, além de perderem para o Cruzeiro por 1x0, levaram 3x2 do Internacional (3 gols de Carlitos).

No campeonato da cidade, Porto Alegre, Cruzeiro, São José, Força e Luz e Grêmio não foram adversários fortes o suficiente para barrar o Colorado. Em campo, um time parecido com o do ano anterior:
Júlio; Alfeu e Risada; Assis, Ávila e Nickelagem; Tesourinha, Russinho, Villalba, Rui e Carlitos.

Na defesa, Risada, já em fim de carreira, era frequentemente substituido por outros jogadores, mas ninguém se firmava. Na linha média, Brandão era quase um décimo segundo jogador.

Durante o campeonato, o Internacional aplicou três grandes goleadas: 9x3 no Cruzeiro, e 7x1 e 6x1 no Porto Alegre.

Nos Gre-Nais, uma vitória, um empate e uma derrota: 3x0, 1x2 e 1x1. Mas mesmo assim, quem deu mais trabalho ao Internacional, foram o São José e o Força e Luz. Tanto que no final da temporada (que só acabou no início de 1942), o Colorado contrataria o goleiro Ivo, do São José, e o lateral-esquerdo Abigail, do Força e Luz. O time de Abigail, inclusive, foi o vice-campeão citadino.

Depois de vencer o municipal, o Internacional foi disputar o estadual, com a seguinte campanha:

20.01.1942 6x2 Novo Hamburgo
23.01.1942 7x1 Riograndense (Passo Fundo)
28.01.1942 9x2 Rio Grande
01.02.1942 6x2 Rio Grande

Títulos disputados:
Torneio Início: CAMPEÃO
Campeonato Municipal: CAMPEÃO
Campeonato Estadual: CAMPEÃO


1942
Com a chegada de Nena, da várzea, somado aos novos contratados, Ivo e Abigail, o Internacional monta a escalação clássica do Rolo Compressor: Ivo; Alfeu e Nena; Assis, Ávila e Abigail; Tesourinha, Russinho, Villalba, Rui e Carlitos.

No começo da temporada, um amistoso contra o Sport Recife, que excursionava pelo Brasil e vinha obtendo bons resultados. Em Porto Alegre, já havia batido o Grêmio por 3x0. Contra o Colorado, chegou a estar vencendo por 2x0, mas Carlitos e Brandão (que se despedia do Internacional, contratado pelo Palestra Itália - atual Palmeiras) empataram o jogo.

No campeonato municipal os adversários eram o Força e Luz, São José, Cruzeiro, Nacional (campeão da Série B em 1941) e Grêmio. Mas novamente ninguém apresentou-se como um rival à altura. Nos Gre-Nais, um empate (1x1) e duas vitórias por 4x2. Em uma delas, em 12.07, Russinho marcou um gol de bicicleta, que foi reproduzido em um panfleto e distribuído pela cidade. O vice-campeão foi o Cruzeiro.

No estadual, uma campanha tranquila:

11.10 8x1 Internacional SM
18.10 7x3 Armour
22.10 10x2 Floriano
25.10 4x1 Floriano

Após o campeonato gaúcho, o Colorado fez uma rápida excursão ao Paraná, jogando duas partidas:

05.12 3x1 Atlético PR
08.12 4x7 Coritiba

Nesta temporada, merecem destaque ainda dois amistosos:

04.10 3x0 Seleção de Porto Alegre
Amistoso para arrecadar fundos para construir abrigos anti-aéreos em Porto Alegre (fazia 3 meses que o Brasil havia declarado guerra à Alemanha nazista).

17.05 8x6 Pelotas
A história deste jogo é muito curiosa. Na viagem de ida, faltou gasolinha no ônibus, em meio a um temporal. O presidente colorado deu uma garrafa de uísque aos jogadores, e depois deles beberem, os mandou empurrar o ônibus, em uma estrada de terra.

As 4 da manhã os jogadores encontraram um armazém na beira da estrada e bateram na porta. O dono do boteco veio atender de 38 na mão. Depois de se identificarem como jogadores, disseram que queriam comprar comida. O armazém só tinha bolacha, sardinha e vinho. Segundo Carlitos, as bolachas eram tão duras que se caíssem no pé de alguém, quebrava.

Os jogadores ficaram no armazém até que um novo ônibus veio de Pelotas, já no sábado de manhã. À tarde, praticamente sem descansarem, entraram em campo contra a boa equipe do Pelotas. Faltando 8 minutos para o fim do jogo, o Pelotas vencia por 6x4 e fazia festa, provocando os colorados. Rui, o comandante da equipe, irritou-se, deu uma bofetada na cara do lateral pelotense que o marcava, e mandou a equipe para cima. Em 8 minutos, 4 gols, e o Colorado venceu por 8x6!

O último jogo do ano foi um amistoso, contra o Libertad, do Paraguai: Inter 4x0.

Competições disputadas:
Torneio Início: ?
Campeonato Municipal: CAMPEÃO
Campeonato Estadual: CAMPEÃO


1943
O ano de 1943 começou com a disputa do Torneio Triangular de Porto Alegre, com os três melhores classificados do municipal de 1942. Em turno e returno, o Cruzeiro chegou ao título, empatando uma e vencendo outra contra o Colorado. Nos Gre-Nais, duas vitórias coloradas por 5x1.

Depois deste torneio, o Colorado fez uma rápida excursão à Florianópolis, enfrentando Figueirense (4x4) e Avaí (5x3).

A seguir, foi disputado o Torneio de Honra, com os clubes do municipal, em turno único. O Internacional venceu o Nacional, Força e Luz e São José, empatou com o Grêmio e perdeu para o bom time do Cruzeiro, e ficou com a taça.

O campeonato municipal foi disputado em dois turnos:
1º Turno:
5x0 Nacional
9x2 Força e Luz
3x0 Grêmio
4x1 São José
1x1 Cruzeiro
2º Turno:
5x1 Nacional
3x0 Força e Luz
1x0 Grêmio
2x0 São José
2x1 Cruzeiro
Com esta campanha, o Internacional foi campeão invicto. A única mudança em relação ao time de 1942 foi o ingresso de Joane no lugar de Russinho.

No estadual, mais uma campanha vitoriosa:
2x1 Floriano
4x2 Floriano
8x5 Farroupilha
3x0 Guarany (Cachoeira do Sul)
7x1 Guarany (Cachoeira do Sul)


Títulos disputados:
Torneio Triangular de Porto Alegre - vice-campeão
Torneio de Honra - CAMPEÃO

Torneio Início - ?
Campeonato Municipal - CAMPEÃO
Campeonato Estadual - CAMPEÃO


1944
A primeira partida do ano foi um amistoso com o Grêmio, vitória colorada por 3x2.

No campeonato municipal, três Gre-Nais: 4x2, 3x4 e 2x1.

No 1º Gre-Nal, uma vitória tranquila. No 2º, uma derrota perturbadora: mesmo sem Carlitos, lesionado, o Internacional faz 3x0 na 1ª etapa. No 2º tempo, a reação gremista, que vira o jogo. O time colorado parecia perdido em campo. Jogadores e direção colorada acusaram que gremistas inflitrados na concentração do clube, na Vila Elza, haviam "batizado" os sucos que os jogadores tomariam, no intervalo. Vários jogadores disseram terem sentido-se mal, durante o 2º tempo.

No 3º Gre-Nal, decisivo, Carlitos continuava fora, pois havia operado o joelho 23 dias antes (e na época demorava muito a recuperação). Maso os jogadores foram à casa de Carlitos e o convenceram a jogar.

O Colorado precisava da vitória. A saída de bola é gremista, mas Adãozinho rouba a bola, dribla Touguinha, lança Tesourinha, que cruza para Carlitos matar a bola no peito e chutar de primeira, estufando as redes: 20 segundos de jogo, 1x0 Internacional. Os gremistas passam a caçar Carlitos em campo, batendo em seu joelho operado. Mesmo assim, aos 8' do 2º tempo, mesmo capengando, Carlitos cruzou para Volpi marcar: 2x0. Aos 23', Ramón Castro diminuiu, e o jogo virou uma batalha emocionante. O Internacional tinha dois jogadores lesionados, que não saíam de campo pq não havia substituições: Carlitos e Ávila. Tesourinha teve de recuar, para jogar de lateral-direito. O uruguaio Volpi recusava-se a marcar e dividir, o que fez Ávila gritar com ele: "Luta, castelhano covarde!". Para piorar a situação colorada, Alfeu se lesiona, e o Internacional fica com apenas 8 jogadores em condições. Mesmo, assim, se defende com bravura.

No último minuto, um ataque gremista perigoso, e a bola sobra para Ivo Aguiar, livre. O atacante gremista chuta e já começa a comemorar o gol, quando o impossível acontece: Alfeu, superando a dor, corre e joga-se na frente da bola, evitando o gol. Mas onde cai, ele fica, urrando de dor, enquanto a torcida grita seu nome, em coro: “Alfeu, Alfeu”. A partida termina, e os jogadores colorados saem de campo comemorando o título e carregando seus companheiros feridos na batalha. E hj tem gente na Azenha que vem falar em Aflitos...

Mas o melhor desempenho em Gre-Nais foi em um amistoso, no dia 28.05, pouco depois da vitória de 4x2, pelo 1º turno do campeonato. Este amistoso era comemorativo à inauguração da nova bandeira gremista, e o Internacional venceu por 7x3. Pela primeira vez o Colorado fazia sete gols em seu rival.

No campeonato gaúcho, o Internacional entrou direto na final, contra o Bagé. No interior, perdemos por 3x1. Em Porto Alegre, 9x0 (6x0 no tempo normal, mais 3x0 na prorrogação). Velhos colorados juram que nos últimos minutos Ávila sentou-se sobre a bola e começou a ler um jornal tirado do calção (não existe nenhum relato disso na imprensa da época).

O time colorado, em 1944, apresentava duas alterações em relação a 1944: Volpi no lugar de Joane e Adãozinho no lugar de Villalba.

Competições disputadas:

Torneio Início - ?

Campeonato Municipal – CAMPEÃO

Campeonato Estadual - CAMPEÃO

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Historia do Internacional











Fundação
O início
Os comerciantes e irmãos paulistas, descendentes de italianos da Lombardia, Henrique, José e Luis Poppe Leão, foram os responsáveis pela criação do Sport Club Internacional.
A maior dificuldade encontrada pelos irmãos Poppe, quando transferiram-se de
São Paulo para Porto Alegre em 1908, foi a de não serem aceitos como sócios nos dois clubes da cidade (o Grêmio e o Fussball Porto Alegre), pois não tinham ascendência germânica. A intenção dos Poppe era praticar algum esporte, preferencialmente o futebol. Isso irritou os irmãos Poppe, que então convocaram um grupo de estudantes e comerciários de Porto Alegre para uma reunião, marcada para o dia 4 de abril de 1909, na avenida Redenção nº 141 (hoje avenida João Pessoa 1025), com o objetivo de fundar um novo clube de futebol.
Começou assim a história do Sport Club Internacional.

Escolha das cores
Após a criação do clube, na terceira reunião foram escolhidas as cores
vermelho e branco.
Todos os jovens que ali estavam também apreciavam o
carnaval porto-alegrense e se dividiam entre os Venezianos, de cores vermelho e branco e a Sociedade Esmeralda, de cores verde e branco. Os Venezianos eram maioria nesta reunião e assim o vermelho e branco ficou sendo a cor do novo clube, embora os Poppe quisessem ainda acrescentar o preto, em homenagem à bandeira de São Paulo.
O torcedor do Internacional é chamado de "colorado", em menção a cor vermelha da camisa do time.

Primeiro uniforme
O primeiro uniforme do Internacional foi feito por Humbertina Fachel, mãe de dois fundadores do clube. A camisa possuía listras verticais simétricas vermelhas e brancas, gravatas nas duas cores, calções brancos e meias pretas.
Alguns meses após a fundação, o Internacional adotou aquele que viria a ser seu uniforme atual: camisas vermelhas, escudo na altura do coração, frisos brancos nas mangas e golas, calções e meias pretas (hoje brancas).
Depois, vários modelos apareceram: a camiseta branca com uma faixa diagonal vermelha e a camiseta totalmente branca, calções e meias vermelhas e, mais recentemente, meias cinzas. Além disso, os uniformes de treinamento também sofreram alterações, ultimamente aderindo às cores laranja, além do cinza.

Primeiro distintivo
O primeiro distintivo do Sport Club Internacional era formado com as iniciais - SCI - bordadas em vermelho sobre fundo branco, sem a borda também vermelha que apareceu logo em seguida. Foi na década de 50 que aconteceu a inversão, com a combinação de letras passando a ser branca sobre fundo vermelho.
Em virtude da conquista da
Mundial de Clubes da FIFA, o escudo do Internacional passou por uma reformulação. O clube ostentava 6 estrelas no peito: três do Campeonato Brasileiro, uma da Copa do Brasil, uma da Taça Libertadores da América e outra do Mundial de Clubes, as quais foram substituídas pela tríplice coroa, que é composta das conquistas da Taça Libertadores da América, Mundial de Clubes e Recopa Sul-Americana, sendo o único clube do Rio Grande do Sul que obteve tais conquistas.

Primeiras partidas
O Internacional realizou seus primeiros treinamentos já no primeiro mês de fundação, em
abril de 1909, num terreno da Rua Arlindo, na Ilhota. Mas o time nem chegou a jogar ali, ficando no local apenas um ano.
A primeira vitória viria ainda neste ano, no dia 12 de outubro contra o mesmo Militar, por 2 a 1. Esta foi a primeira de muitas vitórias do clube.
Em
1910, o clube foi transferido para um campo da Várzea, Parque da Redenção, local que hoje ficaria entre o Hospital de Pronto Socorro e o Colégio Militar. O lugar possuía até um elegante pavilhão para mil pessoas, em 1912, o novo presidente do clube (Julio Seelig) conseguiu alugar um campo na Rua Silveiro, Bairro Menino Deus - hoje entrada da Carlos Barbosa - conhecido como Chácara dos Eucaliptos. O estádio foi inaugurado no dia 17 de maio de 1913.

Primeiros títulos
Em
1913, o Internacional conquistou seu primeiro título, e de forma invicta: o do Campeonato Metropolitano de Porto Alegre. Esse feito seria repetido no ano seguinte, em 1914. Em 1915 finalmente venceu o Grêmio por 4 a 1. O dirigente Antenor Lemos gritava de felicidade: "Está quebrado o lacre, esta quebrado o lacre", repetia sem parar, emocionado. Em julho de 1916, o Inter aplicou mais uma goleada no rival: 6 a 1, já na Chácara dos Eucaliptos. O ponta-esquerda Francisco Vares o grande herói colorado na partida, fazendo todos os seis gols do Inter.
Nesta primeira fase do Internacional, a importância dos estudantes foi tanta que os campeonatos citadinos vencidos sucessivamente em
1913 a 1916 de forma invicta, e 1917, só foram interrompidos em 1918, por força do surto da febre espanhola. As escolas e as faculdades suspenderam as aulas com receio de contágio - e o Internacional ficou praticamente sem time.
A partir da década de 20, o Inter abriria a sua sede e daria lugar no seu time aos jogadores que pertenciam às muitas ligas que organizavam competições entre clubes representativos de negros (a famosa Liga da Canela Preta, por exemplo), de funcionários públicos, de funcionários do comércio e de estivadores.
Em 1925, um jogador negro veste pela primeira vez a camisa colorada. Chamava-se Dirceu Alves e atuava na defesa. Multicampeão metropolitano, faltava ao Internacional o reconhecimento estadual. Isso aconteceu em 7 de setembro de 1927, quando o Inter sagrou-se Campeão Gaúcho pela primeira vez, ao vencer o Bagé no estádio da Baixada (antigo estádio do Grêmio) por 3 a 1, em dois tempos de 40 minutos. Nessa época, o campeonato gaúcho era decidido entre o campeão da capital e o campeão do interior.

Primeiro estádio
No ano de
1928, o Asilo da Providência (dono da Chácara dos Eucaliptos) resolveu vender o terreno, dando preferência ao Internacional, embora o preço fosse alto. Mas o Inter não se interessou pelo terreno e, sem sede, esteve próximo de fechar as portas.
Até que o engenheiro
Ildo Meneghetti iniciou uma campanha de arrecadação de dinheiro para comprar um terreno no bairro Menino Deus. Depois de 20 anos utilizando campos alheios, o colorado finalmente adquiria uma propriedade. O Estádio dos Eucaliptos, com suas arquibancadas de madeira que abrigavam aproximadamente 10 mil pessoas, já era uma realidade.
No dia
15 de março de 1931, o Internacional inaugurava o "majestoso" Estádio dos Eucaliptos. Nada melhor do que convidar o Grêmio para a primeira partida no novo campo. No Gre-Nal de inauguração deu Inter: 3 a 0 no rival, todos os gols marcados por Javel. Em reconhecimento ao seu grande esforço, o Internacional homenagearia o presidente Ildo Meneghetti, anos mais tarde, com o título de patrono colorado. O Estádio dos Eucaliptos seria a casa colorada até o aparecimento do Beira-Rio, em 1969.
Ainda no ano de 1931, o clube faria a sua primeira viagem fora do Rio Grande do Sul, e também a primeira fora do Brasil. A ocasião deve-se ao amistoso realizado contra o uruguaio Oriental, no dia 25 de maio em Rivera, no Uruguai. O Internacional venceu a partida amistosa por 4 a 2.

Porto Alegre e a Copa do Mundo de 1950
O
Estádio dos Eucaliptos foi palco dos jogos da primeira fase da Copa do Mundo de 1950. Para isso, precisou ser submetido a uma série de reformas, nas quais refletiram principalmente na alteração nas dimensões do gramado e ampliação da capacidade do estádio, atendendo às exigências da FIFA. A prefeitura de Porto Alegre contribuiu com a doação de Cr$ 500.000,00 para as melhorias.

Rolo Compressor
O Rolo Compressor era um time de craques extremamente ofensivo formado pelo dirigente Hoche de Almeida Barros (o Rocha).
Houve uns quatro ou cinco rolos, mas o primeiro tem um nome que deflagrou todo o resto: Carlitos, o maior goleador da história do futebol gaúcho, marcando 485 gols.
Quem criou a expressão "Rolo" foi Vicente Rao, o maior Rei Momo de todos os tempos em
Porto Alegre, cujo reinado foi de 22 anos (de 1950 a 1972). Jogador do Internacional na década de 20 (inclusive fazendo parte do grupo de jogadores que conquistou o primeiro Campeonato Gaúcho do Inter, em 1927), acabou sendo inscrito na história do clube como o seu insuperável animador de torcida. Gostava de futebol e da juventude, tanto que foi ele quem criou as primeiras escolinhas de futebol do Internacional.
Aliás, Vicente Rao era um caso de "coloradismo" patológico e fatal: nasceu justamente em
4 de abril, data de aniversário de seu clube do coração. Se divertia em dizer que não havia nascido: foi inaugurado. Rao fazia desenhos dos jogadores do Inter e do time todo, em forma de um rolo compressor, amassando todos os adversários. Depois, levava suas charges pessoalmente aos jornais.
É deste tempo também o surgimento das grandes bandeiras e entradas do time em campo abaixo de foguetes, serpentinas, uma barulhada de sinos e sirenes. Por iniciativa de Rao, também, surge nesta mesma década prodigiosa a primeira torcida organizada do Internacional e do Estado, denominada "Camisa 12".
Na década de 40, a grande equipe do Internacional teve um retrospecto avassalador contra o rival: em 28 Gre-Nais venceu dezenove, empatou cinco e perdeu apenas quatro. Nesta mesma época, conquistou o hexacampeonato estadual (de 1940 a 1945), sendo que em 1942, 1943 e 1945 foi invicto.
Em
18 de novembro de 1945, o Internacional ganhou o inédito título de hexacampeão gaúcho, na Timbaúva, estádio do Força e Luz, jogando contra o Pelotas. A partir daí é que o apelido de Rolo Compressor dado por Vicente Rao ganhou fama. Os grandes clubes do eixo Rio-SP apareciam com propostas milionárias, mas os jogadores recusavam-se a sair de Porto Alegre. Era mesmo uma grande família, unidos para sempre e adorados pelos torcedores e imprensa, jamais sendo esquecidos.
O time mais ofensivo de todos os tempos já surgido no
Rio Grande do Sul durou praticamente toda decada, e teve um sucessor, o "Rolinho" comandado pelo inesquecível Teté nos anos 50.

Primeira participação em competições nacionais
O ano de
1967 marca a definitiva entrada do Internacional no cenário do futebol brasileiro. Até ali, a presenca de clubes de fora do eixo RJ-SP se resumia a esporadicas presencas na Taça Brasil, um torneio rápido e em fases eliminatorias, instituído em 1960. Finalmente, o Torneio Rio-São Paulo foi estendido a dois clubes do Rio Grande do Sul, dois de Minas Gerais e um do Paraná, criando-se o Torneio Roberto Gomes Pedrosa (ou "Robertão"). O Inter foi logo se destacando, terminando seu primeiro campeonato nacional como vice-campeão do país.
A histórica vitória de 1 a 0 sobre o
Corinthians, gol de Lambari em pleno Estádio Pacaembu, aconteceu no dia 28 de maio de 1967. O Corinthians havia vencido suas quinze partidas anteriores e parecia imbatível. Essa foi a primeira vitória de um time gaúcho frente a um time paulista em São Paulo. Na temporada seguinte, em 1968, o Colorado repetiu o segundo lugar no "Robertão".

Despedida dos Eucaliptos
No dia
26 de março de 1969, o Internacional realizava a sua última partida no Estádio dos Eucaliptos. No amistoso de despedida, o Colorado goleou o Rio Grande por 4 a 1, gols de Sérgio, Valdomiro, Gilson Porto e Marciano (descontando Motine para o Rio Grande). Nesta partida, o ex-craque Tesourinha, então com 47 anos, voltou a jogar por alguns minutos com a camisa do Inter. Em 1999 o Inter fez um amistoso de Reinauguração dos Eucaliptos vencendo o Rio Grande por 6 x 2. Foi a última partida do Inter nos Eucaliptos.

Construção do Beira-Rio
A construção do Gigante da Beira-Rio, projeto do ilustre vereador colorado Ephraim Pinheiro Cabral, iniciou-se no dia
12 de setembro de 1956, quando foi doado o terreno onde seria construído o estádio. Na verdade, o terreno consistia de uma pequena porção das águas do Guaíba, pois o aterro só teve início em 1958. As primeiras estacas foram colocadas somente no ano de 1959.
Em
1965, as obras chegaram a parar e só continuaram com a ajuda do Banco da Província. Em princípio, as obras foram lideradas pelo português José Pinheiro Borda, torcedor fanático do Internacional. Borda faleceu em 1966 e não pode ver o seu sonho se concretizar.
O Inter perdeu muitas partidas nesse período, pois todo o dinheiro arrecadado era destinado à construção do estádio, sobrando muito pouco para investir nos jogadores. Entretanto, a torcida colorada colaborou com doações de material de construção para o término do estádio. Até mesmo o maior ídolo colorado,
Paulo Roberto Falcão, teria contribuído com tijolos.
Após anos de espera, o
Estádio Gigante da Beira-Rio (oficialmente Estádio José Pinheiro Borda, em homenagem ao imigrante português que ajudou a construí-lo) era finalmente inaugurado no dia 6 de abril de 1969. Exatamente 60 anos e dois dias após a fundação do clube.
Na partida inaugural do Estádio Beira-Rio, o Internacional enfrentava o poderoso time do Benfica, campeão português e europeu. O Inter bateu o time português por 2 a 1, sendo que o primeiro gol da história do estádio foi marcado por Claudiomiro. Os demais gols da partida foram marcados pelo colorado Gilson Porto, descontando o lendário Eusébio para o Benfica. ‎

Pioneirismo nacional
Na década de 70, surgiu um dos maiores times da história do futebol brasileiro: o Internacional de
Falcão, Figueroa, entre outros.
Em 1974 um feito histórico. O Internacional conquistava o
Campeonato Gaúcho com uma campanha impressionante: 18 vitórias em 18 partidas.
No ano seguinte, o Internacional seria o primeiro clube gaúcho a conquistar o
Brasil. Após terminar sempre entre os cinco primeiros colocados nos anos anteriores, desde que o Campeonato Brasileiro fora criado, o Inter finalmente era campeão. O primeiro título foi obtido em uma partida emocionante, na vitória por 1 a 0 sobre o Cruzeiro, no Estádio Beira-Rio. O único gol da partida foi marcado pelo zagueiro chileno Figueroa. Este gol tornou-se conhecido como “gol iluminado”, pelo fato de ter surgido um facho de luz do sol exatamente onde Figueroa subiu para cabecear a bola para o fundo da rede adversária.
Em 1976, o Internacional conseguia outra façanha inédita nos pampas. O Colorado conquistava o Octacampeonato Gaúcho (69 a 76), a maior série de títulos consecutivos de campeonatos estaduais no Rio Grande do Sul (e uma das maiores do Brasil). Em nível nacional, o Inter conquistou mais um título nacional, ao bater o Corinthians por 2 a 0 no Beira-Rio. Os gols foram marcados por Dario (que terminaria como artilheiro da competição, com 16 gols marcados) e Valdomiro.
Nenhum dos feitos colorados de até então se igualaria ao que estava por vir.
No ano de 1979, o Internacional sagrou-se Campeão Brasileiro pela terceira vez. Destra vez, porém, de forma invicta (algo que nenhum outro clube do País conseguiu repetir até hoje). Na partida decisiva, no Beira-Rio, vitória colorada sobre o Vasco da Gama por 2 a 1 (gols de Jair e Falcão para o Inter, e Wilsinho descontando para o Vasco), depois de ter vencido o time carioca na primeira partida da final em pleno Maracanã pelo placar de 2 a 0 (dois gols de Chico Spina).
Em 1980, o Internacional alçaria vôos mais altos. Não bastasse ter sido o primeiro gaúcho a disputar a Taça Libertadores da América, em 1976, o Inter seria também o primeiro a chegar na final da competição sul-americana. O adversário da decisão era o Nacional de Montevidéu. Após um empate frustrante em zero a zero no Beira-Rio, o Inter perderia o título ser derrotado com um magro 1 a 0 no Uruguai, gol de Waldemar Victorino. Acredita-se que a venda de Falcão para a Roma tenha sido um fator decisivo para a perda do título da Libertadores.

Décadas de 80 e 90
Os anos 80 foram períodos de poucos títulos para o Internacional. Mesmo assim, forneceu praticamente todo o time (9 dos 11 titulares) da
Seleção Brasileira que disputou as Olimpíadas de 1984, alcançando uma inédita Medalha de Prata em Los Angeles. Destaque também para a conquista do Troféu Joan Gamper, em Barcelona, no qual o Internacional eliminou o poderoso Barcelona (que anos mais tarde viria a ser o adversário da maior conquista da história do clube) de Maradona calando mais de 100 mil pessoas no Camp Nou e vencendo o inglês Manchester City na final por 3 a 1. Obteve um Tetracampeonato Gaúcho (de 1981 a 1984). No cenário nacional, o clube conquistou o Torneio Heleno Nunes em 1984 e chegou a duas finais consecutivas do Campeonato Brasileiro (1987 e 1988).
No ano de
1992 o Colorado conquistava o inédito título da Copa do Brasil. A final dramática no Beira-Rio foi contra o Fluminense. O Inter venceu a partida com um polêmico pênalti ocorrido aos 42 minutos do segundo tempo, convertido pelo zagueiro Célio Silva. Nessa década, o Internacional ainda obteve quatro títulos gaúchos (1991, 1992, 1994 e 1997). Após boa campanha no Campeonato Brasileiro de 1997, no qual terminou na terceira colocação, inclusive goleando o rival Grêmio por 5 x 2 na casa do adversário o Internacional viveria um dos piores momentos de sua história em 1999, quando esteve ameaçado de ser rebaixado para a Segunda Divisão nacional. O Colorado escapou do rebaixamento apenas na última partida do Campeonato Brasileiro daquele ano, com um gol de Dunga sobre o Palmeiras de Luiz Felipe Scolari, no Beira-Rio, garantindo a permanência do clube gaúcho entre as principais equipes do futebol brasileiro.
O Internacional manteve-se durante 24 anos seguidos (1975-1998) como primeiro lugar no
Ranking de Pontos do Campeonato Brasileiro de Futebol.

A Tríplice Coroa
Sport Club Internacional, conhecido como Celeiro de Ases por ser um dos principais formadores de craques do Brasil, resolveu apostar em sua categoria de base para uma nova era de conquistas, neste início de Século XXI. O clube revelou grandes jogadores ao futebol brasileiro e mundial nos últimos anos, como Lucio, Fábio Rochemback, Daniel Carvalho, Nilmar, Rafael Sóbis e Alexandre Pato.
O Internacional recuperou a hegemonia do futebol gaúcho, com a conquista de quatro estaduais consecutivos (2002, 2003, 2004 e 2005).
Sob o comando do presidente Fernando Carvalho, o Inter voltou a disputar competiçőes sul-americanas, depois de um longo tempo afastado do cenário internacional. Na
Copa Sul-Americana, o Colorado fez boas campanhas. Em 2004, chegou nas semi-finais, sendo derrotado pelo Boca Juniors da Argentina e, em 2005, após passar por São Paulo e Rosario Central (o clube argentino ostentava uma invencibilidade de 40 partidas contra equipes estrangeiras em casa, até ser derrotado pelo Internacional em seu estádio), o Inter cairia novamente diante do Boca Juniors. A experiência adquirida na Copa Sul-Americana serviu para que os jogadores, em sua maioria mantidos, pudessem encarar um desafio ainda maior: a Copa Libertadores da América.
A vaga para a principal competição sul-americana seria alcançada em
2005, ano que jamais será esquecido pela torcida colorada, que viu o título do Campeonato Brasileiro ser tirado do Internacional através de uma manobra extrajudicial, na qual o Corinthians foi o maior beneficiado. Dentro de campo, o Internacional fez mais pontos que seu adversário. Porém, um suposto escândalo envolvendo manipulação de resultados abriu uma brecha para que o Corinthians disputasse novamente duas partidas das quais havia perdido. Não bastasse isso, no confronto direto entre as duas equipes do dia 20 de novembro, no Estádio do Pacaembu, o árbitro Márcio Rezende de Freitas anulou um pênalti sofrido por Tinga e, não satisfeito, expulsou o jogador colorado, que era um dos melhores da partida. Como resultado final, o clube paulista acabou ficando com o título, com apenas três pontos de vantagem sobre o Internacional, vice-campeão.
A compensação colorada viria no histórico ano de 2006, o ano do Internacional. Depois de perder o Campeonato Gaúcho para o maior rival, o Inter finalmente conquistaria um grande título internacional. Treinado por Abel Braga, o time colorado sagrou-se campeão da Copa Libertadores, no dia 16 de agosto de 2006. Mais de 57 mil torcedores lotaram o Beira-Rio para assistirem ao emocionante empate em 2 a 2 contra o São Paulo (campeão mundial em 2005), colocando assim o clube colorado na galeria dos campeőes da Libertadores. Os gols do Inter foram marcados por Fernandão e Tinga, enquanto Lenílson e Fabão fizeram os gols do time adversário. O Inter jogou desde os 27 minutos do segundo tempo com um jogador a menos, após a expulsão de Tinga. No primeiro duelo das finais, no Morumbi, o Internacional havia vencido por 2 a 1, numa grande atuação de Rafael Sóbis, que marcou duas vezes.
Com a vaga garantida no
Mundial de Clubes da FIFA, o Inter manteve a boa fase no Campeonato Brasileiro. Mesmo tendo utilizado o time reserva em boa parte da competição, o grupo colorado conseguiu terminar na vice-liderança. Mais um feito inédito na história do futebol brasileiro, pois nunca um clube do Brasil que conquistou a Libertadores havia terminado entre os dois primeiros colocados do Campeonato Brasileiro do mesmo ano. O melhor resultado de até então era o quarto lugar obtido pelo São Paulo, no campeonato de 1993.

O dia 17 de dezembro ficará marcado na memória de todos os colorados como aquele em que o Inter viveu a maior glória de sua quase centenária existência. Nesta data, o Internacional sagrou-se campeão do Mundial de Clubes da FIFA, ao novamente enfrentar e vencer, em Yokohama (Japão), o Barcelona. O clube espanhol era considerado favorito por grande parte da imprensa mundial, vinha de uma goleada na partida anterior e ainda contava com Ronaldinho Gaúcho (duas vezes eleito o melhor jogador do mundo) no elenco, enquanto o Internacional teve dificuldades para vencer o egípcio Al-Ahly por 2x1, com gols de Alexandre Pato e Luiz Adriano. Porém, o Internacional levou a melhor vencendo a partida por 1 a 0. O gol foi marcado por Adriano Gabiru, jogador contestado pela torcida, que saiu da reserva para fazer o gol mais importante da história do Clube. Na chegada à Porto Alegre, o time colorado foi recepcionado por milhares de torcedores (650 mil colorados), do aeroporto até o trajeto ao Beira-Rio, que se encontrava lotado para recepcionar os campeões.

Para fechar com chave de ouro este ciclo vitorioso, no dia 7 de junho de 2007 o Inter conquista a Recopa Sul-Americana diante do Pachuca do México, pelo placar final de 5x2. No primeiro jogo, no estádio Hidalgo, a equipe não teve uma boa atuação e foi derrotada por 2x1. Alexandre Pato abriu o placar, mas Gimenez, com dois gols, virou para o time mexicano. Na segunda partida, apoiado por mais de 51 mil torcedores que lotaram o Beira-Rio, o Inter venceu o adversário pelo placar de 4x0 - a maior goleada da história da competição. Alex, de pênalti, Pinga, Alexandre Pato e Mosquera (contra) marcaram os gols. Depois de erguer as taças da Libertadores e do Mundial de Clubes da FIFA em 2006, o Inter vencia a Recopa e garantia a inédita Tríplice Coroa.